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Em carta ao FMI, Haddad defende revisão fiscal e fim de medidas unilaterais

Ministro está sendo representado pela secretária Tatiana Rosito nas Reuniões Anuais do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial

Vitória Queiroz, da CNN Brasil, Brasília
Ministro Fernando Haddad cancelou ida ao EUA após rejeição da MP do IOF pela Câmara  • 28/08/2025REUTERS/Jorge Silva
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Em declaração enviada ao FMI (Fundo Monetário Internacional), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu uma política fiscal baseada em maior mobilização de receitas internas, a partir da revisão de isenções fiscais consideradas ineficientes e da tributação cada vez mais progressiva do rendimento e da riqueza. 

Já em relação à política monetária, Haddad afirma que ela deverá permanecer dependente dos dados e ser comunicada de forma "clara" para ancorar expectativas e manter a credibilidade. O documento — que a CNN obteve acesso — guia e formaliza a leitura e o posicionamento do Brasil na conjuntura econômica global atual.

No documento, o ministro cita que a taxa de juros permanece em um patamar contracionista no Brasil, o que ressalta o compromisso "inabalável" do Banco Central em cumprir metas e reancorar expectativas da inflação. 

No cenário internacional, o chefe da pasta econômica defendeu o fim das medidas econômicas unilaterais e a restauração de mercados previsíveis para assegurar o crescimento da economia mundial. 

"O envelhecimento da população, a fraca produtividade, os riscos climáticos e o aumento do protecionismo pesam fortemente sobre produto potencial global. Embora uma combinação diferente desses fatores afete países de alta, média e baixa renda, estamos particularmente preocupados com a possibilidade de ampliar desigualdade", diz.

No documento, o chefe da pasta econômica no Brasil afirma que as restrições comerciais unilaterais têm alimentado os níveis de incerteza do cenário econômico global, caracterizado por taxas de juros elevadas e pela crise climática.

"A economia global está navegando em águas desconhecidas", diz a declaração. 

As Reuniões Anuais do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial estão sendo realizadas em Washington desde a última segunda-feira (14). O Brasil está sendo representado pela secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito.

Haddad cancelou a ida aos Estados Unidos após a MP (Medida Provisória) que aumentava a taxação sobre bancos e bets ter perdido validade. O governo estimava arrecadar cerca de R$ 17 bilhões com as medidas em 2026. O ministro permaneceu no Brasil para negociar alternativas com o Palácio do Planalto.

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