ES lança plano de crédito rural de R$ 10 bilhões frente a tarifaço de Trump
Segundo governador, foram dadas diretrizes para priorizar setores que possam ser impactados pela tarifa dos Estados Unidos

O governo do Espírito Santo lançou, nesta segunda-feira (4), o Novo Plano de Crédito Rural 2025/26, de R$ 10 bilhões, em paralelo à assinatura de um projeto de lei que autoriza o uso de crédito outorgado de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) no meio rural.
Em evento, o governador Renato Casagrande (PSB) afirmou que o Executivo estadual determinou diretrizes para que a linha de crédito seja priorizada para setores que possam ser impactados pelo tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“O crédito equalizado com juros adequado ajuda muito os produtores a enfrentarem momentos de dificuldade. Estamos colocando R$ 10 bilhões à disposição para conseguirmos manter e ampliar nossa produção", disse Casagrande.
A meta para o novo ciclo é de alcançar ao menos R$ 9,8 bilhões em crédito aplicado, ante R$ 8,98 bilhões da safra 2024/25.
Entre as novidades para a próxima fase, está o Programa de Financiamento de Pequenas Barragens, que prevê aporte de R$ 60 milhões em obras de pequenas barragens, com juros de 4% ao ano para a agricultura familiar.
O Espírito Santo está entre os estados mais impactados, proporcionalmente falando, pelo tarifaço dos EUA.
Em 2024, a unidade federativa teve nos norte-americanos seu principal parceiro comercial: 28,6% (US$ 3,1 bilhões) de tudo que foi exportado pelos capixabas teve como destino os Estados Unidos. A distância com o segundo colocado, a Malásia, é gritante: o país asiático captou 6,1% (US$ 655,9 milhões) das exportações do ES.
Minério de ferro (27,9% das exportações totais do ES), produtos de ferro e aço (15,3%) e celulose (10,2%) estão entre os produtos que acabaram sendo poupados da tarifa de 50% de Trump, sendo taxados com uma alíquota básica de 10%.
Por outro lado, produto que representa 18,7% das vendas estaduais, o café não torrado deve ser atingido pela taxa mais dura, que está prevista para entrar em vigor na quarta-feira (6).