Haddad confirma reunião com secretário do Tesouro dos EUA para quarta (13)
Tarifas de 50% dos EUA contra importados do Brasil entraram em vigor nesta quarta
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira (6) que terá reunião virtual com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, na próxima quarta (13).
"Eu tenho uma reunião marcada para a semana que vem, com data e hora fixada, com o secretário Bessent, oficializando o interesse em conversar [...] Vai ser na quarta-feira, remota", disse.
Os EUA iniciaram nesta quarta a taxação de 50% sobre produtos importados do Brasil, um dia antes de estender tarifas para outras dezenas de países.
A medida aplica uma sobretaxa de 40 pontos percentuais a uma alíquota de 10% que já vinha sendo aplicada sobre os importados do Brasil.
Haddad também voltou a defender a independência do Poder Judiciário e afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não irá colocar a soberania nacional na pauta.
“Temos que normalizar as relações com informação e bons argumentos. E separar a discussão política, que não tem nada a ver com o Executivo federal brasileiro”, disse.
Segundo Haddad, o Brasil vai insistir no diálogo e, dependendo como for a conversa da próxima semana, um novo encontro presencial pode ser agendado.
O ministro da Fazenda já se encontrou pessoalmente com Bessent em maio deste ano.
Tarifaço entra em vigor
O presidente norte-americano, Donald Trump, buscou justificar sua ordem executiva por uma "emergência nacional" em razão das políticas e ações "incomuns" e "extraordinárias" do governo brasileiro que, segundo o republicano, prejudicam empresas norte-americanas, os direitos de liberdade de expressão dos cidadãos dos EUA e a política externa e a economia do país, de modo geral.
Trump também cita como justificativa para a medida o que considera como "perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivado" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Uma das preocupações dos exportadores era quanto à incidência da alíquota sobre cargas que já estivesse a caminho dos EUA, mas chegassem após a data que a tarifa entrasse em vigor. Porém, no decreto, Trump indicou que produtos que já estivessem embarcados e "em fase final" de traslado não seriam sobretaxados.
Além disso, do tarifaço, foram poupados 44,6% da pauta exportadora do Brasil aos EUA, segundo cálculo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Para produtos como petróleo, suco de laranja, aviões e suas partes, além de celulose, ficará válida a alíquota de 10%.