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    Invasão russa interrompeu 30% da economia da Ucrânia, diz ministro das Finanças

    Crise na Ucrânia também pode cortar mais de um ponto percentual do crescimento global este ano

    Natalia ZinetsMax Hunderda Reuters

    A invasão russa forçou 30% da economia da Ucrânia a parar de funcionar, disse o ministro das Finanças, Serhiy Marchenko, em entrevista televisionada neste sábado.

    “Nossas receitas fiscais não nos permitem cobrir nossas necessidades, [portanto] o principal fluxo de receita é o empréstimo”, disse Marchenko.

    O principal assessor econômico do governo da Ucrânia, Oleg Ustenko, disseque as forças invasoras russas destruíram até agora pelo menos US$ 100 bilhões em infraestrutura, edifícios e outros ativos físicos.

    Ustenko, conselheiro econômico do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy, declarou em um evento online organizado pelo Instituto Peterson de Economia Internacional que a guerra fez com que 50% das empresas ucranianas fechassem completamente, enquanto a outra metade está operando bem abaixo de sua capacidade.

    Nove em cada dez ucranianos podem enfrentar pobreza e extrema vulnerabilidade econômica se a guerra se prolongar no próximo ano, eliminando duas décadas de ganhos econômicos, disse o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

    Achim Steiner, administrador do PNUD, disse que sua agência estava trabalhando com o governo de Kiev para evitar o pior cenário de colapso da economia. O objetivo era fornecer transferências em dinheiro para as famílias comprarem alimentos para sobreviver e sustentar os serviços básicos.

    A linha de pobreza é geralmente definida como poder de compra de US$ 5,50 a US$ 13 por pessoa por dia, acrescentou ele em uma entrevista em vídeo de Nova York. Antes de a Rússia invadir o país, em 24 de fevereiro, cerca de 2% dos ucranianos viviam abaixo da linha de US$ 5,50, disse ele.

    “Estimamos que até 18 anos de ganhos de desenvolvimento da Ucrânia podem ser simplesmente eliminados em questão de 12 a 18 meses”, disse Steiner.

    Europa

    E não é só a Ucrânia que será impactada com a invasão. O risco de estagflação causa medo nos corações dos economistas – e formuladores de políticas monetárias – em todo o mundo. A Europa pode estar caminhando para algo ainda pior.

    As sanções ocidentais impostas após a invasão da Ucrânia pela Rússia fizeram com que os preços globais da energia disparassem e a confiança do consumidor despencasse na Europa. A Rússia está sendo cortada dos mercados financeiros ocidentais.

    Os analistas do Barclays reduziram sua previsão de crescimento da zona do euro para este ano em 1,7 pontos percentuais, para 2,4%. Espera-se que o consumo privado, o investimento e as exportações cresçam a um ritmo mais lento em todo o continente.

    O Barclays também elevou sua previsão de inflação para a zona do euro em 2022 em 1,9 pontos percentuais, para 5,6%.

    Qual é o pior cenário para a economia da Europa?

    Uma proibição completa das importações de energia da Rússia elevaria os preços do petróleo Brent para US$ 160 por barril e levaria a zona do euro à terceira recessão desde o início da pandemia de coronavírus, segundo a Capital Economics.

    “Um colapso no comércio de energia russo precipitaria o racionamento de energia em partes da Europa, o que, por sua vez, romperia as cadeias de suprimentos e poderia aumentar a pressão inflacionária globalmente”, disse a economista Caroline Bain.

    “Os preços mais altos da energia também aumentariam os preços das commodities agrícolas e metais industriais”, acrescentou.

    A Rússia, que precisa de receita de energia para financiar os gastos do governo e manter sua economia à tona, alertou o Ocidente sobre a proibição das importações de petróleo.

    “É absolutamente claro que uma rejeição do petróleo russo levaria a consequências catastróficas para o mercado global”, disse o vice-primeiro-ministro russo Alexander Novak na televisão estatal, segundo a Reuters.

    “O aumento nos preços seria imprevisível. Seria US$ 300 por barril, se não mais“, acrescentou Novak, que também atuou como ministro da Energia.

    Crescimento Global

    A crise na Ucrânia também pode cortar mais de um ponto percentual do crescimento global este ano e acrescentar 2,5 pontos à inflação, estimou a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) .

    Aumentos bem direcionados de gastos governamentais dos países da OCDE na ordem de 0,5% do PIB podem reduzir o impacto econômico da guerra em cerca de metade sem aumentar de forma significativa a inflação, disse a Organização.

    invasão da Ucrânia pela Rússia afetará toda a economia global ao desacelerar o crescimento e aumentar a inflação, e pode remodelar fundamentalmente a ordem econômica global a longo prazo, disse também o Fundo Monetário Internacional (FMI).

    Autoridades do FMI já disseram que esperam reduzir a previsão anterior do Fundo de crescimento econômico global de 4,4% em 2022.

    *Com informações de Charles Riley, do CNN Business

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