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Japão emite alerta de intervenção mais severo sobre desvalorização do iene

"Absolutamente não reflete os fundamentos", disse a ministra das Finanças, Satsuki Katayama, em uma ​coletiva de imprensa sobre ⁠a queda do iene

Makiko Yamazaki e Leika Kihara, da Reuters
Bandeira do Japão em frente ao prédio do Banco do Japão, em Tóquio
Bandeira do Japão em frente ao prédio do Banco do Japão, em Tóquio  • 18/03/2024 REUTERS/Kim Kyung-Hoon
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O Japão tem liberdade para ⁠lidar com os movimentos excessivos do ‍iene, disse a ministra das Finanças, Satsuki Katayama, nesta terça-feira (23), emitindo a mais severa advertência até o momento sobre a prontidão de Tóquio para intervir no mercado de câmbio para deter a forte desvalorização da moeda.

"Absolutamente não reflete os fundamentos", disse Katayama em uma ​coletiva de imprensa sobre ⁠a queda do iene após entrevista do presidente do ‌Banco do Japão, Kazuo Ueda, na semana passada.

"Não acredito que teria ido tão longe a ⁠menos que houvesse movimentos especulativos. O governo tomará as ‌medidas ‍adequadas contra movimentos excessivos", com base no acordo do Japão ‍com os Estados Unidos em setembro sobre a política cambial, disse ela.

Os comentários, em grande parte, refletem os que ela falou em ⁠uma entrevista à Bloomberg na segunda-feira.

O iene subia após os comentários de Katayama, embora não tenha se distanciado muito da mínima de 11 meses de ‌157,78 registrada na sexta-feira.

Em uma declaração ​conjunta emitida em setembro, o Japão e os EUA reafirmaram seu compromisso com ⁠as taxas de câmbio "determinadas pelo mercado", concordando que as intervenções cambiais devem ser reservadas para combater o excesso de volatilidade.

Segundo autoridades japonesas, a declaração lhes dá o direito de intervir quando os movimentos do iene se desviarem dos fundamentos econômicos e apresentarem oscilações excessivamente grandes.

A última vez que Tóquio interveio no ⁠mercado de câmbio foi em julho de 2024, comprando iene depois que a moeda atingiu a mínima de 38 anos de ⁠161,96 por dólar.

O iene fraco tornou-se uma fonte de dor de cabeça para as autoridades japonesas, uma vez que aumenta os preços das importações e a inflação, elevando assim o custo de vida das famílias.

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