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    Ibovespa sobe 12,5% em novembro, melhor mês em 3 anos; dólar recua 2,48%, maior queda desde junho

    Mercados repercutem aumento das apostas para fim do ciclo de alta dos juros nos EUA

    Da CNN* , São Paulo

    Influenciado pelo arrefecimento das tensões globais, o Ibovespa fechou novembro com valorização acima de dois dígitos, a mais expressiva em três anos, enquanto o dólar teve a maior desvalorização ante o real desde junho.

    O principal índice do mercado doméstico fechou a sessão com alta de 0,92%, aos 127.331 pontos, o melhor patamar em mais de dois anos.

    No mês, o Ibovespa somou alta de 12,5%, desempenho que não era visto desde novembro de 2020, quando valorizou quase 16%.

    O distensionamento do clima internacional reflete o aumento das apostas de que o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) já encerrou o ciclo de alta dos juros, atualmente na banda entre 5,25% e 5,50% — a maior em mais de duas décadas.

    A mudança do cenário deu força para a queda do dólar ante o real, que encerrou o mês com perda de 2,48%, negociado a R$ 4,915. Essa é a maior queda desde junho, quando perdeu 5,58%.

    Na sessão do dia, porém, a divisa norte-americana registrou aumento de 0,59%, em meio à disputa dos investidores para a formação da taxa Ptax no último dia de novembro e ao avanço da moeda norte-americana no exterior.

    Inflação dos EUA no radar

    Nesta quinta-feira, o Departamento de Comércio dos EUA divulgou que o índice de preços PCE ficou estável em outubro, após alta de 0,4% no mês anterior, enquanto o núcleo do indicador registrou acréscimo de 0,2% no mês passado ante 0,3% em setembro, ambos confirmando previsões de economistas.

    Em 12 meses, o índice mostrou alta de 3%, a menor alta ano a ano desde março de 2021 e após 3,4% em setembro, enquanto o núcleo ficou em 3,5% em outubro, ante 3,7% no mês anterior.

    A leitura endossou expectativas de que o Federal Reserve não mais elevará os juros, ajudando as ações, embora o dólar e os rendimentos dos Treasuries subissem acentuadamente ao fim de um mês marcado pelo apetite por risco.

    Pauta econômica em Brasília

    Investidores também acompanharam a questão fiscal doméstica, depois que, na véspera, o plenário do Senado aprovou o projeto que trata da tributação de fundos exclusivos e de offshores, enviando para sanção presidencial.

    A medida é considerada essencial pelo Ministério da Fazenda para arrecadar cerca de R$ 20 bilhões em 2024 e zerar o déficit nas contas públicas.

    Segundo o relator da matéria, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), as novas regras para taxação desses investimentos são importantes para “equiparar a legislação brasileira com a das principais economias do mundo”.

    Também nesta quarta (29), senadores adiaram a análise do projeto de lei (PL) que regulamenta as apostas esportivas online, também chamadas de “bets”.

    A análise do texto deve ocorrer semana que vem, quando o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), voltar ao Brasil. O senador integra a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que participará da COP28, em Dubai.

    Veja também: Lula planeja programa de oferta de crédito para baixa renda em 2024

    *Com Reuters

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