Na COP28, Mubadala Capital formaliza investimento de US$ 2,5 bi em biocombustíveis no Brasil
Diretor do fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos diz à CNN que aportes em combustíveis a partir da macaúba podem chegar a mais de US$ 12 bilhões nos próximos anos
O Mubadala Capital, a subsidiária de gestão de ativos globais do fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos, formalizou durante a COP28 um investimento de US$ 2,5 bilhões (R$ 12,33 bilhões) em um projeto de biocombustíveis a partir da macaúba, uma palmeira nativa brasileira.
O aporte foi feito na empresa Acelen Renewables, que vai produzir diesel e combustíveis de aviação renováveis a partir de uma refinaria na Bahia e terá um centro de pesquisas e desenvolvimento em Minas Gerais.
Durante as assinaturas de formalização do investimento, o CIO (Chief Investment Officer) e diretor do Mudabala Capital para o Brasil, Oscar Fahlgren, disse com exclusividade à CNN que os investimentos podem superar US$ 12 bilhões (R$ 59,18 bilhões) nos próximos anos.
O fundo soberano árabe já investiu, segundo Fahlgren, mais de US$ 5 bilhões (R$ 24,66 bilhões) na economia brasileira nos últimos 10 anos.
O CIO acredita que o fundo – que tem mais de US$ 280 bilhões (R$ 1,38 trilhão) em investimentos pelo mundo – vai aumentar seus aportes no Brasil.
“Acho que podemos esperar mais investimentos no Brasil, estamos muito entusiasmados com o ótimo relacionamento entre o Brasil e os Emirados Árabes Unidos e as visitas do presidente Lula têm sido muito bem-sucedidas, por isso continuamos a explorar oportunidades para investir mais no Brasil”, disse Fahlgren.
O executivo avalia que o Brasil tem muitas vantagens competitivas para liderar o processo de transição para energias mais limpas.
“Acho que o Brasil tem um conjunto de circunstâncias muito singular. Isso é muito atraente para o investimento em biocombustíveis porque, no final das contas, isso é investimento em agricultura. E o Brasil tem uma enorme vantagem competitiva na agricultura”, disse o CIO.
Segundo Fahlgren, “o investimento em macaúba será “tão competitivo ou até mais competitivo do que os combustíveis fósseis, o que é um verdadeiro divisor de águas” para o combate às mudanças climáticas.