No que depender de mim, faremos acordo União Europeia-Mercosul, diz Lula em Portugal
Em encontro com o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, neste sábado (22), Brasil e Portugal assinaram 13 acordos
Em pronunciamento junto ao primeiro-ministro de Portugal, António Costa, neste sábado (22), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse: “No que depender de mim, a gente vai fazer o acordo União Europeia–Mercosul. Faltam pequenos ajustes que temos condição de fazer”.
Ele acrescentou que também deve tentar concluir a discussão em torno do acordo entre União Europeia e a Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). E que pretende rearticular a unidade da América do Sul.
“Queremos provar que juntos [os países da América do Sul] somos um grande bloco econômico e juntos temos mais chance de negociar em igualdade de condições com a União Europeia”, disse Lula.
Em uma declaração conjunta divulgada pelos dois países, o acordo entre União Europeia e Mercosul é abordado nos seguintes pontos:
“Acordo de Associação Mercosul-União Europeia
87. Os dois Chefes de Governo reafirmaram a convicção partilhada sobre as vantagens mútuas do Acordo entre a União Europeia e o MERCOSUL, sublinhando o entendimento comum sobre o alcance politicamente estratégico da conclusão do Acordo e do seu enorme potencial no reforço dos laços políticos, econômicos e de cooperação entre as duas regiões.
88. Destacaram, igualmente, o impacto muito positivo que o Acordo terá ao nível econômico, com o acesso aos mercados respectivos para potenciar uma maior participação nas cadeias de abastecimento, cuja diversificação e resiliência são essenciais. Reconheceram, também, a contribuição do Acordo em matéria de desenvolvimento sustentável, nas suas três dimensões, ambiental, econômica e social.
89. Os dois governantes reiteraram a importância da intensificação dos esforços para alcançar um compromisso equilibrado e mutuamente benéfico, para que, com a maior rapidez, se possa avançar para a assinatura e ratificação do Acordo este ano.”
O presidente brasileiro também disse que, a pedido da embaixada de Portugal, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), responsável por promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros, deve abrir um escritório em Lisboa.
Lula disse que nos últimos quatro anos o Brasil passou isolado do mundo. “Tivemos um governo que ninguém queria receber e não recebia ninguém, pois ninguém queria visitar”, falou. “É um país que ficou praticamente abandonado e isso se demonstra na relação com Portugal.”
A 13ª Cimeira Brasil-Portugal volta a acontecer após um hiato de sete anos. Brasil e Portugal assinaram 13 acordos durante a visita de Lula ao país.
Dentre eles, o que concede equivalência aos ensinos fundamental e médio do Brasil ao de Portugal, e outro que permite que a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) brasileira tenha validade permanente em Portugal, e vice-versa. Além de atos nas áreas de energia, geologia, produção audiovisual, turismo, saúde e direitos humanos.