Nova elevação em classificação de risco do Brasil se deve à melhora fiscal e reformas em curso, diz Fazenda
Em seu comunicado, a DBRS indica que a atualização "reflete principalmente a diminuição dos riscos para as perspectivas fiscais"
Após a DBRS elevar a nota de crédito do Brasil, o Ministério da Fazenda emitiu nota em que atribui o avanço à melhora das condições fiscais do país e à agenda de reformas em curso.
“Tais movimentos demonstram percepções de melhora nas condições fiscais e econômicas e o reconhecimento de que as medidas e reformas em curso no país estão no caminho certo”, diz a nota.
Na quarta-feira (26) a Fitch Ratings realizou o mesmo movimento.
Em seu comunicado, a DBRS indica que a atualização “reflete principalmente a diminuição dos riscos para as perspectivas fiscais”.
A DBRS destaca que as ações do governo para elevar a arrecação levaram a previsão do déficit público para 2023 a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) — em recuo considerável ao projetado no Orçamento do ano, de 2,3% do PIB.
Além disso, aponta que o novo marco fiscal projeta superávit primário de 1% do PIB para 2026. A agência diz esperar que a medida seja promulgada pelo Congresso em breve.
“Em nossa opinião, mesmo que as metas primárias sejam não alcançado, o novo quadro sinaliza que os resultados fiscais continuarão melhorando durante o governo Lula”, diz o comunicado.
DBRS vê positivamente agenda de reformas
A DBRS destaca que as perspectivas de crescimento de médio prazo do Brasil ainda são “um desafio importante”. Mas vê de maneira positiva as reformas econômicas implementadas nas duas últimas administrações.
“Reformas nos mercados de crédito, regulamentações trabalhistas e concessões de infraestrutura podem acabar impulsionando o investimento e a produtividade mais do que o esperado atualmente”, completa.
Entre as medidas mencionadas pela DBRS está a reforma tributária, que foi aprovada na Câmara e será votada no Senado no segundo semestre. Segundo a nota, ela “pode melhorar as perspectivas de crescimento ao longo do tempo”.
Dentre as preocupações da agência para o cenário macroeconômico do país, a principal é o avanço da dívida pública.
“O novo quadro fiscal estabelece uma trajetória de redução do déficit até 2026, mas mesmo que as metas sejam alcançadas, a consolidação resultante pode não ser suficiente para estabilizar a dinâmica da dívida”, alerta.