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    O que esperar da reunião do Fed, o BC dos EUA, nesta quarta-feira (14)

    Federal Reserve não está agindo sozinho, é apenas um dos nove bancos centrais que devem fazer anúncio de juros no período

    Nicole Goodkindda CNN , Nova York

    Espera-se que o Federal Reserve aumente as taxas de juros em meio ponto (0,50) na conclusão de sua reunião de política econômica de dois dias nesta quarta-feira (14), uma indicação de que o banco central está recuando em sua postura agressiva à medida que começam a surgir sinais de que a inflação pode estar diminuindo.

    Embora esse aumento seja menor do que os aumentos de três quartos (0,75) de ponto anunciados nas últimas quatro reuniões do Fed, não é de se desprezar o eventual aumento.

    Ainda é o dobro do aumento habitual de um quarto de ponto (0,25) do Fed, e um aumento considerável que provavelmente causará problemas econômicos para milhões de empresas e famílias americanas, aumentando o custo de empréstimos para casas, carros e outras áreas.

    A ação antecipada do Fed aumentaria a taxa que os bancos cobram uns dos outros pelos empréstimos overnight para uma faixa entre 4,25% e 4,5%, a mais alta desde 2007.

    O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, confirmou no mês passado que aumentos menores das taxas podem ser esperados, dizendo: “O momento para moderar o ritmo dos aumentos das taxas pode chegar logo na reunião de dezembro”.

    Mas, embora seja improvável que a inflação desacelere drasticamente em breve, em parte devido à pressão contínua sobre os salários em meio à escassez de trabalhadores, Wall Street parece acreditar que o Fed acabará sendo forçado a se afastar ou até mesmo reverter seu regime de aumentos de juros. Os traders estão precificando principalmente os cortes nas taxas no segundo semestre de 2023.

    O Fed concluirá seu regime de aumento de juros no segundo trimestre do próximo ano, previram analistas do JPMorgan em uma nota recente. “Com a inflação continuando a diminuir e a política fiscal provavelmente em espera, o Fed provavelmente encerrará seu ciclo de aperto no início do ano novo e a inflação poderá começar a diminuir antes do final de 2023”, escreveram eles. Os analistas esperam dois aumentos de um quarto de ponto no primeiro semestre de 2023.

    Mas o período médio entre o pico das taxas de juros e as primeiras reduções do Fed é de 11 meses, o que pode significar que, mesmo que o banco central pare de aumentar ativamente as taxas, elas podem permanecer elevadas em 2024.

    Os investidores lerão atentamente as perspectivas econômicas do Fed, o Resumo das Projeções Econômicas, que também será divulgado nesta quarta-feira. E eles assistirão às coletivas de imprensa de Powell em busca de pistas sobre o que está por vir – embora possam acabar muito desapontados.

    “Esperamos que o presidente do Fed, Powell, insista na necessidade de manter a política em um nível restritivo por algum tempo para reduzir a inflação para a meta de 2%”, escreveu Gregory Daco, economista-chefe do EY-Parthenon, em nota aos clientes na segunda-feira (12). “Isso servirá para recuar contra os atuais preços de mercado […] Powell enfatizará que a história adverte fortemente contra o afrouxamento prematuro da política.”

    E o famoso pouso suave?

    O Fed aumentou sua taxa básica de juros seis vezes este ano em uma tentativa de desencorajar empréstimos, esfriar a economia e reduzir a inflação historicamente alta, que atingiu um pico de 9,1% no verão (no hemisfério Norte).

    Mesmo que os aumentos das taxas de juros diminuam, eles permanecerão altos, e os economistas esperam que a economia dos EUA sofra uma recessão no próximo ano.

    Powell disse em novembro que ainda há uma chance de a economia evitar a recessão, mas as chances são pequenas, observando: “Na medida em que precisamos manter as taxas mais altas, isso vai estreitar o caminho para um pouso suave”.

    Em uma entrevista que foi ao ar na CBS no domingo, a secretária do Tesouro, Janet Yellen – antecessora de Powell no Fed – falou que há “risco de recessão. Mas certamente não é, a meu ver, algo necessário para reduzir a inflação.”

    E a economia até agora resistiu aos aumentos agressivos de juros do Fed. O mercado de trabalho está saudável, os salários estão crescendo, os americanos estão gastando e o PIB está forte. Os negócios também vão bem: as empresas estão superando amplamente as expectativas de receita e relatando resultados de ganhos positivos.

    Um problema global

    O Fed não está agindo sozinho, é apenas um dos nove bancos centrais que devem fazer um anúncio de juros esta semana. Pousar suavemente no caminho cada vez mais estreito entre alta inflação e recessão é uma preocupação global, já que os bancos centrais em todo o mundo enfrentam problemas econômicos semelhantes.

    Espera-se que o Banco Central Europeu (BCE), o Banco da Inglaterra (BoE) e o Banco Nacional da Suíça sigam os Estados Unidos com movimentos de meio ponto na quinta-feira. Noruega, México, Taiwan, Colômbia e Filipinas também devem aumentar seus custos de empréstimos esta semana.

    O Federal Reserve anuncia sua decisão de aumento de taxa quarta-feira às 16h (de Brasília), seguida de uma coletiva de imprensa com o presidente Powell às 16h30.

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