ONS informou ao governo que horário de verão pode reduzir consumo à noite

Além do alívio na crise energética e evitar que as hidrelétricas precisem usar a reserva para evitar apagões, empresários de bares e restaurantes alegam que a volta da medida teria impacto econômico positivo no setor

Elis Barreto, da CNN, Camille Couto, No Rio de Janeiro
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Um estudo do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) entregue em setembro ao Ministério de Minas e Energia comprova que o horário de verão – revogado desde 25 de abril de 2019 -  tem potencial para reduzir a demanda de energia no período noturno, das 18h às 21h, de outubro de 2021 à fevereiro de 2022, caso voltasse a ser adotado.

O órgão conclui ainda que o retorno do horário de verão já conseguiria mostrar resultados a partir de novembro e evitaria que as hidrelétricas precisem ter que usar a reserva operativa, uma espécie de margem de segurança para evitar apagões. Para o subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o mais crítico no momento, a medida traria um alívio de cerca de 4,4%.

A CNN questionou o Ministério de Minas e Energia sobre a estudo do ONS e aguarda o retorno da pasta.

Apesar do levantamento do ONS, o governo federal ainda não sinalizou com a retomada do horário de verão. O estudo foi divulgado pelo site Poder 360 nesta sexta-feira. O veículo teve acesso ao levantamento via Lei de Acesso à Informação.  O documento foi feito a pedido do Ministério, para avaliar o impacto da medida no consumo de energia das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A conclusão é que a redução média esperada seja em torno de 4,4% nos meses de outubro a fevereiro, nas regiões Sudeste/Centro-oeste, e de 4,7% na região Sul.

Além do alívio na crise energética, como revela o levantamento do ONS, a volta do horário de verão também poderia ter outro impacto positivo: o econômico. A medida já havia sido solicitada ao governo federal por entidades do setor de bares e restaurantes, principalmente de locais turísticos como Rio de Janeiro e cidades da região Nordeste.

Os empresários alegam que o horário favorece a permanência por mais tempo dos clientes nos estabelecimentos. Mesmo após o estudo, os representantes afirmam que não tiveram, até o momento, retorno do governo sobre o pedido.

O presidente do Sindicato dos Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro (Sindrio), Fernando Blower, afirmou à CNN que “esse é um pleito que não prejudica ninguém e que ajudaria muitos os donos bares e restaurantes a recuperar o faturamento e a retomar com empregos. Segundo ele, “esse é o setor que mais sofreu ao longo da pandemia e qualquer ajuda nesse momento, de fomento, é muito bem-vinda.”

No fim do mês de setembro, entidades empresariais pressionavam o governo federal pela volta do adiantamento em uma hora dos relógios como uma forma de enfrentar a atual crise hídrica. Segundo relatos feitos à CNN Brasil, na ocasião, para dois ministros, no entanto, o presidente já indicou que não pretende retomar o horário de verão por considerar que teria efeito limitado na diminuição do consumo de energia.

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