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Receita faz nova operação contra fraude em combustível e apreende R$ 240 mi

Em resposta, órgão deve publicar nos próximos dias Instrução Normativa reforçando regras de controle e fiscalização da importação de combustíveis e hidrocarbonetos

Danilo Moliterno, da CNN, em São Paulo
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A Receita deflagrou nesta sexta-feira (19) a "Operação Cadeia de Carbono", contra irregularidades na importação e comercialização de combustíveis.

O objetivo é desarticular organizações criminosas especializadas na interposição fraudulenta — expediente utilizado para ocultar os reais importadores e a origem dos recursos financeiros das operações.

As ações concentram-se em empresas que, apesar de apresentarem pouca ou nenhuma estrutura operacional e capacidade financeira compatível, surgem formalmente como importadoras de cargas avaliadas em centenas de milhões de reais.

A operação aconteceu em cinco estados: Alagoas, Paraíba, Amapá, Rio de Janeiro e São Paulo. As medidas ocorreram, de forma simultânea, em 11 alvos distintos, para avaliar a estrutura e a capacidade operacional das empresas, coletar documentos, colher depoimentos e verificar requisitos para benefícios fiscais federais e estaduais.

As investigações apontam possível envolvimento de laranjas, organizações criminosas e grupos empresariais de grande porte, que se utilizam de cadeias contratuais complexas para ocultar os verdadeiros responsáveis e os fluxos financeiros das operações.

Com as suspeitas de irregularidades estão sendo efetuadas retenções de cargas em diferentes localidades do país, incluindo combustíveis a serem descarregados de navios em portos do Rio de Janeiro e depósitos e terminais de armazenamento em São Paulo e outros estados.

Até o momento, foi retida a carga de dois navios destinados ao Rio de Janeiro no valor de aproximadamente R$ 240 milhões, de petróleo, combustíveis e hidrocarbonetos, incluindo óleo condensado de petróleo.

Com isso, nos próximos dias, a Receita deve publicar uma Instrução Normativa reforçando regras de controle e fiscalização da importação de combustíveis e hidrocarbonetos. A medida, segundo o órgão, é elaborada em diálogo com o setor e busca “impedir de forma definitiva a repetição desse tipo de expediente fraudulento”.

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