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    Sem blocos de rua, hoteleira do RJ reduz expectativa de ocupação para o Carnaval

    Festa garante principal período de movimentação para o setor no ano

    Beatriz Puenteda CNN , Rio de Janeiro

    Com o cancelamento dos blocos de rua no Carnaval do Rio de Janeiro, o setor hoteleiro já sente os impactos. A Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação estima que a ocupação, antes projetada para 85%, chegue no máximo a 75%. As perdas se estendem ao preço dos pernoites.

    “Inexoravelmente, os hotéis vão ter que reduzir valores para ainda manter algum interesse para hospedagem. Sem falar que alguns clientes, que já depositaram sinais de garantias, podem pedir dinheiro de volta”, avaliou o presidente da federação, Alexandre Sampaio.

    O Carnaval é o período do ano em que ocorre a maior movimentação de turistas na cidade do Rio, superando até mesmo o Réveillon.

    Diante de um novo aumento dos casos de Covid-19 e da confirmação da transmissão comunitária da variante Ômicron, o Rio se junta a outras sete capitais brasileiras que não terão Carnaval de rua neste ano.

    O Sindicato dos Meios de Hospedagem do Rio de Janeiro (HotéisRIO) é um pouco mais otimista para a data. O presidente Alfredo Lopes pondera que o cancelamento já era esperado e que, por mais que a ocupação não chegue ao patamar anterior à pandemia, os números não são considerados ruins.

    “No ano passado, que nós tivemos um Carnaval sem nenhum Carnaval, o Rio de Janeiro teve 80% de taxa de ocupação dos hotéis. Ou seja, as pessoas vieram aqui em família, buscando o que a cidade tem. Vieram pela cidade, pelo entretenimento, pontos turísticos”, ressaltou.

    A taxa de positividade das infecções pelo coronavírus no Rio de Janeiro está em 13%, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. O percentual é quase três vezes maior do que o recomendado por especialistas da UFRJ e da Fiocruz, em uma nota técnica divulgada para um Carnaval seguro.

    O documento aponta cinco indicadores para a realização do evento. Até o momento, a cidade atende apenas dois dos critérios: taxa de contágio abaixo do mínimo de 1, embora acima do ideal, que seria de 0,5, e a fila de espera, que não deve ser maior que três pessoas por dia, aguardando no máximo uma hora.

    Blocos em áreas fechadas

    A prefeitura do Rio ofereceu uma alternativa para os blocos, que foi rejeitada. Três locais fechados, como parques, seriam escolhidos para o desfile dos principais grupos. A Associação Independente dos Blocos da Zona Sul, Santa Teresa e Centro da Cidade (Sebastiana) irá se reunir nesta quinta-feira (6) para discutir uma contraproposta.

    Segundo o prefeito do Rio, Eduardo Paes, os desfiles fechados aconteceriam com protocolos, como a exigência do comprovante vacinal e testagem obrigatória.

    O setor hoteleiro espera que haja um consenso entre organizadores e poder público para que os eventos ajudem a manter parte das hospedagens.

    “Será muito ruim. Ainda estamos na esperança que a proposta de levar a folia de rua para parques públicos feita pelo prefeito seja aceita pelos organizadores”, afirmou Sampaio.

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