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Setor produtivo pressiona, mas governo não garante pedir aos EUA mais prazo

Representantes da indústria e do agronegócio nacional pedem que governo negocie prorrogação da data de início da aplicação da tarifa de 50%

Gabriel Garcia, da CNN, em Brasília
O vice presidente Geraldo Alckmin
O vice-presidente Geraldo Alckmin  • Brasília (DF) 20/05/2025 - Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
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O primeiro dia de reuniões do comitê interministerial criado para formular a resposta brasileira à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre a importação de produtos do Brasil terminou com um recado do setor produtivo ao governo federal: as tarifas são insustentáveis e inviáveis para a indústria e o agronegócio.

Representantes dos dois setores enfatizaram e solicitaram ao governo que negocie com os EUA a ampliação do prazo para o início da vigência da tarifa, previsto para 1º de agosto.

Nas duas declarações públicas feitas pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), ao longo do dia, ele evitou cravar qualquer compromisso nesse sentido.

Após a primeira reunião, com representantes da indústria, Alckmin afirmou que, caso seja necessário mais tempo para resolver o impasse “o mais rápido possível”, o governo “trabalharia” para pedir um prazo maior.

“Nós queremos resolver o problema o mais rápido possível. Se houver necessidade de mais prazo, vamos trabalhar nesse sentido”, disse.

 

Já após a segunda reunião, com o agronegócio, Alckmin iniciou a entrevista reforçando que a prioridade do governo é resolver a situação até o dia 31, último dia antes da entrada em vigor da tarifa, e que a ideia não é, por ora, solicitar a extensão do prazo.

“Reiterar o compromisso do diálogo, que é o compromisso do presidente Lula. Houve a colocação do setor de que o prazo é exíguo. Mas a ideia do governo não é pedir que o prazo seja estendido, e sim procurar resolver até o dia 31. O governo vai trabalhar para tentar resolver isso nos próximos dias”, afirmou.

Após essa fala, pelo menos três representantes do agronegócio defenderam a necessidade de o Brasil pedir formalmente o adiamento, alegando que contratos já firmados com clientes norte-americanos não poderão ser cumpridos caso as tarifas passem a valer em agosto.

Reunião entre governo e empresários

O governo federal iniciou, nesta terça-feira (15), uma série de reuniões com representantes do setor privado para discutir alternativas e estratégias de negociação com os Estados Unidos.

Foram os primeiros encontros do comitê interministerial criado pelo governo para formular a resposta brasileira à tarifa.

A ideia do Planalto é aproveitar a interlocução e o acesso dos empresários brasileiros ao mercado dos EUA para alinhar o discurso entre os setores público e privado e definir a melhor estratégia de negociação.

O vice-presidente argumenta que, antes de o governo tomar qualquer decisão, é fundamental ouvir o setor privado, que mantém interlocução direta com o mercado norte-americano.

A decisão de criar o comitê foi tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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