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Shutdown nos EUA entra no 35º dia e iguala recorde de maior da história

Paralisação do governo afeta assistência alimentar, funcionários em aeroportos, policiais, entre outras áreas da máquina pública

Por Bo Erickson, da Reuters
Ilustração de Donald Trump ao lado da Casa Branca com madeiras pregadas à porta
Paralisação do governo afeta assistência alimentar, funcionários em aeroportos, policiais, entre outras áreas da máquina pública  • Ilustração gerada por IA
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A paralisação do governo dos Estados Unidos entrou em seu 35º dia nesta terça-feira (4), igualando o recorde estabelecido durante o primeiro mandato do presidente americano Donald Trump como o mais longo da história, enquanto republicanos e democratas no Congresso continuam a culpar uns aos outros pelo impasse.

O número de afetados aumenta a cada dia. A assistência alimentar para os pobres foi interrompida pela primeira vez, os funcionários federais de aeroportos, policiais e militares não estão sendo pagos e a economia está às cegas com relatórios governamentais limitados.

O Senado já votou mais de uma dúzia de vezes contra uma medida provisória de financiamento aprovada pela Câmara dos Deputados, e nenhum parlamentar mudou sua posição.

Os republicanos de Trump detêm uma maioria de 53 a 47 no Senado, mas precisam dos votos de pelo menos sete democratas para atingir o limite de 60 votos para a maioria das leis. Os democratas estão segurando seus votos para obter a prorrogação de alguns subsídios de auxílio saúde.

"As vítimas da paralisação dos democratas estão começando a se acumular", disse o líder republicano da maioria no Senado, John Thune, na segunda-feira (3). "A questão é por quanto tempo os democratas vão continuar com isso. Mais um mês? Dois? Três?"

Seu colega democrata, Chuck Schumer, apontou na segunda-feira como a atenção de Trump tem se concentrado em outro lugar.

"Enquanto Donald Trump está se gabando da reforma dos banheiros da Casa Branca, os norte-americanos estão em pânico sobre como pagarão o plano de saúde no próximo ano", disse Schumer, referindo-se a uma reforma que Trump revelou na sexta-feira (31).

O Congresso cada vez mais polarizado tornou as paralisações e ameaças de paralisações mais comuns nas últimas décadas. Mas a 15ª paralisação desde 1981 não se destaca apenas por sua duração. Ela inverteu a dinâmica partidária normal, na qual as paralisações geralmente são provocadas pelos republicanos.

Além disso, pouco esforço foi feito para encerrar essa última paralisação. A Câmara não realiza sessões desde 19 de setembro e Trump tem saído de Washington várias vezes.

"O clima político e as tensões que existem entre os partidos eram muito amplas no início da paralisação e, apesar de as conversas bipartidárias terem continuado durante a paralisação, permanecem neste momento com a mesma amplitude", disse Rachel Snyderman, diretora administrativa de política econômica do Bipartisan Policy Center.

A assistência alimentar para aproximadamente 42 milhões de norte-americanos no programa SNAP acabou no sábado (1º). Muitas famílias estão agora sem os cerca de US$ 180 por mês, em média, de cupons de alimentos.

"O que está acontecendo agora é sem precedentes e muitas pessoas provavelmente estão com medo", disse Jason Riggs, diretor do Roadrunner Food Bank no Novo México, ao lado do senador democrata Martin Heinrich.

Os funcionários federais, como policiais e militares, estão sem receber seus salários, assim como funcionários de segurança dos aeroportos e os controladores de tráfego aéreo, resultando em desafios de pessoal e atrasos nas viagens.

Mais de 3,2 milhões de passageiros aéreos dos EUA foram afetados por atrasos ou cancelamentos desde o início da paralisação, informou um grupo de companhias aéreas na segunda-feira.

O Escritório do Orçamento do Congresso estimou que a paralisação pode custar à economia dos EUA US$ 11 bilhões se durar mais uma semana. A ausência de financiamento federal significa dados governamentais econômicos e de emprego limitados para que o Federal Reserve orienta a política monetária.

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