Warren recebe aporte de R$ 300 mi e prevê alcançar R$ 12 bi sob gestão em 2021
Aquisições e lançamento de produtos de crédito estão no radar da corretora e gestora que espera ter 300 mil clientes até o fim do ano


Para atrair os milhões de investidores espalhados de norte a sul do país, não basta oferecer acesso a um aplicativo que permite fazer transações: é necessário entregar uma boa experiência. Por isso, corretoras e gestoras têm investido tanto em tecnologia. Aliás, esse é o destino de boa parte do aporte de R$ 300 milhões que a Warren recebeu em sua série C.
Liderada pelo fundo soberano de Singapura (GIC), que também investe no Nubank e Hotmart, a rodada de investimentos foi a maior já recebida pela corretora que também é gestora e administradora de recursos. Contou também com a participação dos fundos Ribbit, Kaszek e Chromo Invest – investidores desde a série A –, além da QED, Meli Fund e Quartz, que entraram na série B.
“Vamos investir muito em tecnologia e marketing, aumentar o time de 400 para 600 funcionários, além de fechar mais acordos com escritórios [de agentes autônomos]”, afirma Tito Gusmão, sócio-fundador e CEO da Warren.
É dessas novas parcerias, aliás, que deve vir a maior parte dos recursos sob gestão que a Warren pretende alcançar até o fim do ano — já que os clientes desses escritórios costumam ter tíquetes de investimento mais altos. A expectativa é dobrar o valor atual sob gestão de R$ 6 bilhões para R$ 12 bilhões.
Outra parte virá das pessoas físicas interessadas no modelo de carteiras administradas e na remuneração da Warren, que não cobra corretagem e, sim, uma taxa para todos os serviços. Atualmente, a casa conta com 200 mil clientes e espera chegar a dezembro com 300 mil.
“O nosso carro-chefe é alocação de ativos a partir de objetivos e perfis dos clientes. Tem gente que tem interesse em ter uma aposentadoria tranquila, enquanto outros pretendem formar uma reserva para os estudos dos filhos. São prazos e, muitas vezes, perfis distintos, o que resulta em investimentos diferentes”, explica.
Mas os planos da Warren vão além do crescimento orgânico. Gusmão conta que a instituição deve fazer aquisições de olho em “features” [características] que a Warren não tem hoje. Mas seria na área de tecnologia ou seriam concorrentes? “Estamos olhando as duas coisas.”
A ideia é acelerar a vertical de transações, ampliando a oferta de produtos com conta salário e cartão de crédito. “Também queremos oferecer crédito com colateral de investimento”, antecipa.