BC deve ser cauteloso nesta reunião, diz Ativo Investimentos
Análise indica que a autoridade monetária deve continuar com postura conservadora até o primeiro trimestre de 2026, apesar da melhora nas projeções de inflação
O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) inicia nesta terça-feira (4) sua penúltima reunião do ano, com expectativa de manutenção da taxa básica de juros em 15%, de acordo com análise de mercado.
Segundo Diego Hernandez, da Ativo Investimentos, 2025 foi um ano positivo para a inflação, com fatores favoráveis como dólar controlado, condições climáticas benéficas e queda no preço das commodities. A projeção para o IPCA em 2025, que iniciou o ano próxima a 5,50%, agora se encontra em 4,55%.
As preocupações para 2026 incluem incertezas sobre a continuidade das condições favoráveis e o impacto de medidas como a renúncia fiscal do IR para pessoas com renda até 5 mil reais, que pode injetar cerca de 30 bilhões de reais na economia.
A análise destaca que, considerando o salário médio do trabalhador brasileiro, qualquer renda adicional tende a ser direcionada ao consumo, não à poupança, o que pode pressionar a inflação.
Perspectivas de flexibilização
A expectativa é que sinais de uma possível flexibilização monetária apareçam apenas na reunião de dezembro, com efetiva redução dos juros prevista para após o primeiro trimestre de 2026.
O componente de serviços da inflação segue resistente, com pressões em setores como alimentação fora do domicílio, educação e saúde, justificando a postura cautelosa do Banco Central. As projeções de inflação para 2027 e 2028 permanecem acima da meta, em 13,80% e 3,5%, respectivamente.


