Bitcoin cai 6% e tem pior patamar desde junho; entenda
Cripto defende nível de US$ 100 mil menos de um mês após bater recorde de US$ 126 mil

Em sessão com investidores receosos com a exposição a risco, o bitcoin e outras das principais criptomoedas tombam nesta terça-feira (4). É o pior patamar do bitcoin desde junho, que oscila próximo dos US$ 100 mil.
Por volta das 17h01 (em Brasília), o bitcoin tinha baixa de 6,2%, a US$ 100.574,43 e o ethereum recuava 11%, a US$ 3.227,42, de acordo com a plataforma Coinbase. Outras moedas digitais importantes também registravam quedas expressivas, como a XRP (-7,2%) e Solana (-6,9%).
O segmento de ativos digitais também avalia os danos causados por um suposto ataque hacker.
Segundo o economista Paulo Aragão, o protocolo de finanças descentralizadas Balancer sofreu um ataque de grande magnitude, com estimativas de perdas que chegam a US$ 128 milhões em ativos drenados entre várias blockchains.
"Além disso, dados da plataforma Coinglass apontam que o total de liquidações no mercado de cripto em função do recuo e alavancagem chegou a cerca de US$ 1,4 bilhão em 24 horas — o que evidencia a fragilidade dos traders alavancados e a rápida propagação do impacto", complementa.
O bitcoin chegou a operar na faixa dos US$ 99 mil, de acordo com a Coinbase, igualando valores vistos pela última vez há 4 meses.
Volatilidade no mercado
André Franco, CEO na Boost Research, aponta também um cenário macro mais desafiador, com a paralisação nos EUA caminhando para o 36º nesta quarta-feira (5), batendo recorde período mais longo de parada da máquina pública.
O movimento, diz o especialista, travou o fluxo de dinheiro ao mercado, comprometendo a liquidez na totalidade.
"Isso causou um estresse no mercado interbancário dos Estados Unidos", diz.
Para Nickolas Lobo, especialista em investimentos da Nomad, o movimento de queda do bitcoin reflete um sentimento de fuga de risco observado nos mercados globais, a exemplo das quedas em Wall Street nesta terça.
Em Nova York, a Nasdaq — bolsa que concentra ações de tecnologia — perdeu mais de 2%, sobretudo com o temor por ações de inteligência artificial.
"Mais importante, as saídas substanciais de US$ 1,8 bilhão dos ETFs de Bitcoin indicam que o capital institucional, que ajudou a impulsionar o ciclo de alta, está agora revertendo posições. A deterioração do sentimento é evidente, mas de maneira geral", aponta.
Já André Sprone, Growth Manager Latam da Mexc, também destaca a busca por segurança e o movimento coletivo que derrubou os ativos.
"Hoje foi um clássico dia em que investidores fogem de ativos de risco para ativos mais seguros levados pelo pessimismo e incerteza. Com o mercado bastante alavancado, liquidações de posições compradas geraram um efeito cascata de venda, derrubando cada vez mais o preço e rompendo suportes de preço", analisa.
*Com informações do Estadão Conteúdo


