Ibovespa fecha janeiro com queda de 4,8%; dólar sobe 1,8%, a R$ 4,95

Dia foi marcado por volatilidade nos indicadores com divulgações de juros no Brasil e nos EUA

Da CNN Brasil*, São Paulo
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O Ibovespa fechou em alta e o dólar recuou ante o real nesta quarta-feira (31), com investidores analisando as novas expectativas para a queda dos juros nos Estados Unidos após o Federal Reserve (Fed) manter as taxas inalteradas entre 5,25% e 5,50% ao ano.

Mais do que o número, o mercado prestou atenção nas indicações de que o corte dos juros não começará em março.

Na cena doméstica, o mercado aguarda também pela decisão dos juros no Brasil, com expectativa de novo corte de 0,50 ponto percentual (p.p.), trazendo a Selic para 11,25% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulga os números após o fechamento do Ibovespa.

A medida tirou parte do fôlego do Ibovespa, que encerrou a sessão com alta de 0,28%, aos 127.752 pontos.

O desempenho faz o principal índice do mercado fechar janeiro com queda de 4,79%, o pior desempenho mensal desde agosto do ano passado, quando perdeu 5,09%.

A expectativa com os juros nos EUA fez o dólar encerrar com queda de 0,16%, negociado a R$ 4,954. Em janeiro, no entanto, a moeda norte-americana acumulou elevação de 1,79%.

Além da questão global, a divisa foi impactada pela pela formação da Ptax de fim de mês, trazendo mais volatilidade ao câmbio.

Às 16h, o Fed anunciou a manutenção de sua taxa de juros de referência na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano -- como era largamente esperado. Em sua comunicação, descartou a possibilidade de novos aumentos de juros e, ao mesmo tempo, adotou uma postura cautelosa em relação ao início do ciclo de cortes.

Em entrevista após o anúncio, Powell afirmou que o Fed ainda não está “declarando vitória” e que um corte de juros em março não é o cenário-base da instituição.

“Embora reconheçamos os argumentos que sustentam as apostas de que a primeira redução nos juros aconteça na próxima reunião, em março, entendemos que o ciclo de cortes de juros deve se dar na reunião do dia 1º de maio”, avaliou o consultor econômico da Remessa Online, André Galhardo.

Em meio à forte volatilidade pós-Fed, o dólar à vista ainda marcou a mínima de R$ 4,925 (-0,41%) às 16h42, com Powell falando, mas depois se acomodou em patamar mais elevado no fechamento, na esteira do ganho de força da divisa também no exterior.

No Brasil, o Copom também encerra seu encontro de dois dias nesta quarta-feira, e provavelmente cortará a Selic em 0,50 ponto percentual pela quinta vez, a 11,25%.

Segundo participantes do mercado, como não há expectativa de surpresas na decisão do BC, os negócios devem ser mais influenciados pela decisão e pelas indicações de política monetária do Fed.

Ainda no cenário externo, agentes financeiros também analisavam dados sobre a economia chinesa, mostrando que a atividade industrial continuou encolhendo em janeiro, enquanto o setor de serviços voltou a crescer.

*Com informações de Reuters

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