Ibovespa fecha em queda no 1º pregão de dezembro; dólar sobe

Principal índice da bolsa recua após recordes em novembro; moeda norte-americana encerra o dia em alta na contramão do exterior

Diana Ribeiro, da CNN Brasil*
Painel eletrônico na B3, em São Paulo
Painel eletrônico na B3, em São Paulo  • 06/07/2023 REUTERS/Amanda Perobelli
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O Ibovespa encerrou o dia em queda no primeiro pregão de dezembro nesta segunda-feira (1º) sob pressão com juros no Brasil e nos EUA, após terminar novembro com nova máxima histórica de fechamento (159.072,13 pontos) e intradia (159.689,03 pontos).

O principal índice da bolsa fechou com recuo de 0,29%, aos 158.611,01 pontos.

O dia foi marcado pela divulgação de dados da economia americana, que sinalizaram um aumento do ritmo de contração na atividade industrial dos EUA.

No Brasil, a pesquisa Focus mostrou nova melhora nas previsões para a inflação no Brasil, mas o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ressaltou em evento em São Paulo que dados de emprego e da atividade reforçam necessidade de postura humilde e conservadora da autoridade monetária.

Galípolo não fez sinalizações sobre o futuro dos juros no Brasil, apenas afirmou que estão analisando os dados e que BC não tem obrigação de dar "código".

O dólar fechou a segunda-feira em alta ante o real, na contramão do exterior, onde a moeda norte-americana cedia ante a maior parte das demais divisas, com participantes do mercado citando o tradicional fluxo de saída de recursos em dezembro como um dos motivos para o avanço das cotações no Brasil.

O dólar à vista fechou em alta de 0,47%, aos R$5,3606 na venda. No ano, porém, a divisa acumula perdas de 13,24%.

De olho nos EUA

A segunda-feira ainda reserva a participação do Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, em evento na Universidade de Stanford, às 22h (horário de Brasília), que deve ser acompanhada por agentes financeiros a fim de definir as apostas para a última decisão de juros do BC dos Estados Unidos na próxima semana.

Os investidores também estão digerindo os dados econômicos divulgados nesta manhã: os índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da S&P Global e do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês), ambos de novembro.

A atividade industrial dos EUA aumentou o ritmo de contração no mês. O dado, divulgado há pouco pelo ISM, caiu de 48,7 para 48,2 pontos, números abaixo de 50 indicam que o setor está em contração. O resultado veio abaixo da previsão de analistas, que era de 48,6 pontos.

Um pouco antes do dado da ISM, o S&P Global também divulgou o PMI do país, que também desacelerou, mas está na área de expansão: 52,2 pontos. Acima do consenso, de 51,9, e abaixo dos 52,5 registrados mês passado.

Os dois indicadores servem de subsídios para as apostas sobre o futuro da política monetária do Federal Reserve, que na próxima semana tomará sua decisão sobre os juros. Os títulos nos EUA precificam 87,6% de probabilidade de corte de 25 pontos-base dos juros pelo Fed, contra 12,4% de chance de manutenção na faixa de 3,75% a 4,00%, conforme a Ferramenta CME FedWatch.

Galípolo: BC não tem obrigação de sinalizar próxima decisão

O presidente do Banco Central afirmou que, embora a autoridade monetária evite contribuir para a volatilidade dos mercados, não há obrigação de criar um “código” para telegrafar movimentos futuros da política monetária, aos ser questionado sobre as sinalizações recentes do BC para manter a taxa de juros em um nível restritivo, hoje em 15% ao ano.

Galípolo ressaltou que, apesar da alta na taxa básica de juros, o mercado de trabalho permanece aquecido, o que demanda uma postura “conservadora” do BC.
Além disso, ele também afirmou que a inflação ainda não está onde demanda o mandato do BC de busca pela meta de inflação e que expectativas e projeções "caem bem menos" do que o BC gostaria.

Boletim Focus

Mais cedo, no Brasil, o Banco Central informou no Focus que economistas do mercado reduziram a projeção de inflação em 2025 de 4,45% para 4,43% e em 2026 de 4,18% para 4,17%. Ambas as projeções estão acima do centro da meta do BC, de 3%, mas dentro do intervalo de tolerância (inflação até 4,5%).

Já a taxa básica Selic para o fim deste ano seguiu em 15% e no fim de 2026 em 12%. Atualmente a Selic está em 15%. O dólar projetado para o fim deste ano seguiu em R$5,40 e para o encerramento do próximo ano em R$5,50.

*Com informações da Reuters

 

 

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