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Dólar cai a R$ 5,71 e bolsa dispara com falas de Trump e Powell em foco

Investidores digeriam recuo do presidente dos Estados Unidos em seus ataques ao chair do Federal Reserve

Da CNN Brasil*
Notas de dólares
Notas de dólares  • Kim Hong-Ji/Reuters
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O dólar à vista fechou em alta ante o real nesta quarta-feira (23), afetado por um movimento global de apetite por risco, e a bolsa subiu mais de 1%, à medida que os investidores digeriam um recuo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em seus ataques ao chair do Federal Reserve, e com a expectativa de alívio nas tensões comerciais com a China.

O dólar à vista teve uma queda de 0,17% no pregão, a R$ 5,7177 na venda.

Já o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, encerrou no pregão positivo com uma alta de 1,34%, a 132.216,07 pontos.

Contexto internacional

Os ganhos da moeda brasileira ocorriam na esteira do avanço de uma série de ativos arriscados, como futuros de Wall Street, ações na Europa e na Ásia e moedas de países emergentes, incluindo altas para o peso mexicano e o peso chileno.

Por trás do apetite por risco nesta sessão estavam comentários de Trump, que recuou em suas críticas ao chefe do Fed, Jerome Powell, e sugeriu que os EUA podem alcançar um acordo comercial com a China, aliviando a guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo.

Nos últimos dias, os mercados de ações e os ativos dos EUA no geral sofreram com as ameaças de Trump de demitir Powell devido a sua insatisfação com o patamar da taxa de juros do banco central norte-americano, elevando preocupações dos investidores com a independência da autoridade monetária.

Na terça-feira (22), Trump afirmou que não deseja demitir Powell, mas reforçou o desejo de que a taxa de juros seja reduzida pelo Fed a fim de evitar uma desaceleração da economia dos EUA.

Ainda na véspera, Trump e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, sinalizaram separadamente que pode haver um alívio nas tensões comerciais com a China, com o presidente indicando que um acordo pode reduzir as atuais tarifas "substancialmente".

Analistas temem que uma continuação das disputas comerciais entre China e EUA possa levar a uma recessão em diversos países ao redor do mundo.

"Hoje o dia promete ser de propensão ao risco... Temos um bom dia no início de pregão na Europa e na Ásia. Esse sentimento deve servir de suporte para os ativos domésticos", disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

Ao contrário do movimento em mercados de ações, as críticas de Trump a Powell também favoreceram o real na terça-feira, uma vez que a fuga de ativos dos EUA, como o dólar, beneficiaram outras divisas de forma ampla, com o apetite por risco estendendo os ganhos neste pregão.

O índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – caía 0,43%, a 99,140.

Contexto nacional

Na cena doméstica, o mercado nacional volta as atenções para comentários de autoridades pela manhã, incluindo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David.

*Com informações da Reuters

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