Ibovespa sobe 1% impulsionado por bancos e dados econômicos; dólar cai
Investidores também têm se afastado de ativos americanos de forma geral diante de preocupações com ameaças à independência do banco central dos EUA
O Ibovespa fechou em forte alta nesta quarta-feira (27), impulsionado pelo bom desempenho de papeis relacionados ao setor bancário e a dados econômicos relacionados a desemprego.
Ao final do pregão, o índice referência do mercado acionário brasileiro havia registrado alta de 1,04%, a 139.205,81 pontos. Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4), BTG Pactual (BPAC11), Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) fecharam o dia no verde.
O dólar à vista, por sua vez, caiu 0,29%, a R$ 5,41821, tendo oscilado em faixa estreita durante toda a sessão, conforme os investidores acompanharam os movimentos da moeda norte-americana no exterior.
Cenário doméstico
Investidores estavam com os dados de emprego brasileiro no radar nesta quarta. O Brasil abriu 129,8 mil vagas formais de trabalho em julho, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
Os dados representam uma queda de 32% em relação a julho do ano passado, quando foram criados cerca de 191,4 mil empregos com carteira assinada. Esse é o pior resultado para um mês de julho desde 2020.
Os resultados abaixo da expectativa podem significar um resfriamento da economia, o que dá vazão à crença de cortes nos juros. A reação positiva da bolsa, portanto, se deveu também a este fator.
No período da tarde, os agentes monitoraram comentários do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que disse durante evento que a convergência da inflação à meta de 3% está ocorrendo de forma lenta, ressaltando que a taxa Selic, agora em 15%, deve permanecer por período prolongado nesse patamar.
Cenário externo
Os investidores reajustavam suas posições após dias ruins para a moeda norte-americana, na esteira do aumento das apostas de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve e da nova frente aberta na ofensiva do presidente Donald Trump contra o banco central dos EUA.
Ao longo do dia, as preocupações com a tentativa de Trump de demitir a diretora do Fed Lisa Cook nesta semana voltaram a pressionar as negociações, levando a uma mudança de direção do dólar globalmente, o que também favoreceu o real.
Na mínima do dia, a divisa dos EUA atingiu R$5,415 (-0,35%), às 14h38.
"Real acompanhou o dólar lá fora em meio à incerteza sobre a política monetária e a independência do banco central norte-americano. Fomos vendo a alta do dia se esfriando, com um movimento de ajuste e volatilidade", disse João Duarte, especialista em câmbio da One Investimentos.
O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,05%, a 98,216.
*Com informações da Reuters
