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Dólar cai a R$ 5,43 e Ibovespa sobe 2,6% na semana com tarifaço e balanços

Alta da divisa e queda da bolsa no dia não foram suficientes para reverter movimento semanal

Da CNN*
Nota de 100 dólares
Nota de 100 dólares  • 07/02/2011 - REUTERS/Lee Jae-Won
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O dólar à vista fechou em alta ante o real e o Ibovespa em baixa nesta sexta-feira (8), conforme os investidores continuam monitorando o impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos e com a perspectiva para a política monetária do Federal Reserve também no radar.

Os movimentos não foram suficientes, contudo, para conter as perdas da divisa norte-americana e os ganhos da bolsa na semana, marcada pelo tarifaço e pela temporada de balanços corporativos trimestrais.

O dólar à vista subiu 0,2% no dia, a R$ 5,43415 na venda. Na semana, por outro lado, a moeda norte-americana acumulou baixa de 2% ante o real.

Enquanto isso, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, recuou 0,45% no pregão, a 136.326,92 pontos. O marco representa ganho de 2,6% para a bolsa brasileira na comparação semanal.

Tarifaço

Assim como em toda a semana, o foco do mercado doméstico nesta sessão continuava em torno da questão do comércio, após a entrada em vigor na quarta-feira (6) de uma tarifa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros, concretizando uma ameaça feita pelo presidente Donald Trump no mês passado.

Desde a primeira ameaça de Trump, os agentes financeiros têm monitorado as tentativas do governo brasileiro de negociar com Washington, enquanto a Casa Branca excluiu alguns produtos do Brasil da taxa punitiva, incluindo energia, aeronaves e suco de laranja.

Após semanas sem um aparente avanço nas negociações entre os dois países, os investidores têm reagido positivamente à confirmação pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que terá uma conversa com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, na próxima semana.

Nesta sexta, entretanto, predominava a cautela, com os agentes sem fazer grandes apostas para qualquer direção.

Há também expectativa de que o governo apresente na semana que vem um plano de contingência para ajudar as empresas e setores mais atingidos pela taxação dos EUA.

Na véspera, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o plano deve ser anunciado até a próxima terça-feira (12).

Três fontes com conhecimento direto das discussões afirmaram à Reuters na quinta que o governo estuda destinar cerca de R$ 30 bilhões em crédito com condições diferenciadas para apoiar empresas nacionais impactadas pelo aumento de tarifas.

Fed e economia dos EUA

No cenário externo, as atenções estão igualmente voltadas para a política comercial dos EUA, mas têm sido divididas com a perspectiva para os próximos meses sobre a política monetária do Fed, na esteira de dados recentes fracos de emprego e da indicação por Trump de um novo membro para a diretoria.

Ao longo da semana, operadores elevaram as apostas de que o banco central dos EUA vai retomar os cortes na taxa de juros a partir de setembro, o que fomentou os ganhos de uma série de moedas, incluindo o real, durante sessões recentes.

Trump disse na quinta-feira que nomeará o presidente do Conselho de Assessores Econômicos, Stephen Miran, para ocupar a vaga aberta na diretoria do Fed. Ele permanecerá no cargo até janeiro após a renúncia inesperada da diretora Adriana Kugler na semana passada.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,26%, a 98,233.

*Com informações da Reuters

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