S&P e Nasdaq perdem fôlego com temor sobre tarifa à UE
Reportagem do FT disse que Trump pressiona por tarifa mínima entre 15% e 20%

O S&P 500 e o Nasdaq Composite fecharam praticamente inalterados na sexta-feira (18), depois de caírem mais cedo com uma reportagem do Financial Times indicando que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estava pressionando por novas tarifas pesadas sobre produtos da UE (União Europeia).
A reportagem do FT, que disse que o governo republicano estava de olho em uma tarifa mínima entre 15% e 20% em qualquer acordo com o bloco europeu, fez os mercados caírem antes que eles se recuperassem parcialmente.
No último sábado (12), Trump anunciou uma alíquota de 30% aos importados europeus.
De acordo com dados preliminares, o S&P 500 perdeu 1,16 ponto, ou 0,02%, fechando em 6.296,20 pontos, enquanto o Nasdaq Composite ganhou 9,33 pontos, ou 0,05%, fechando em 20.894,98. O Dow Jones Industrial Average caiu 142,40 pontos, ou 0,32%, fechando em 44.342,09.
Tanto o S&P 500 quanto o Nasdaq foram levados a repetidas máximas históricas nas últimas semanas, à medida que os investidores demonstraram crescente ambivalência em relação às ameaças tarifárias de Trump e confiança de que essas políticas podem não prejudicar a economia dos EUA tão severamente quanto se temia.
Ainda assim, esta semana foi vista como um campo de provas de como as políticas econômicas trumpistas estão afetando a economia em geral.
Uma série de dados econômicos ofereceu sinais mistos, incluindo vendas robustas no varejo, aumento na inflação ao consumidor e preços estáveis ao produtor em junho.
O Índice de Sentimento do Consumidor da Universidade de Michigan aumentou este mês, embora os norte-americanos ainda estivessem preocupados com futuras pressões de preços.
A temporada de resultados começou esta semana, dando uma oportunidade às empresas de mostrar como as tarifas estavam, ou não, afetando seus negócios.
A gigante industrial 3M caiu depois que a empresa disse que o impacto das tarifas será sentido principalmente no segundo semestre do ano.
"As pessoas estão um pouco cansadas de tentar negociar manchetes ou prazos sobre tarifas, e estão mais preocupadas em ver a prova disso se concretizar por meio de números", disse Greg Boutle, chefe de estratégia de ações e derivativos dos EUA no BNP Paribas.
Das 59 empresas do S&P 500 que divulgaram os primeiros lucros do segundo trimestre nesta temporada, mais de 81,4% superaram as expectativas de lucros de Wall Street, de acordo com dados do LSEG I/B/E/S.
A Charles Schwab estava entre as mais recentes na sexta-feira, avançando após registrar lucros maiores. A Regions Financial saltou após elevar suas previsões para a receita de juros em 2025.
A semana mostrou, porém, que superar as estimativas não é receita para negociar em alta. A American Express superou as estimativas de lucro do segundo trimestre, mas suas ações caíram.
A Netflix caiu apesar do sucesso de "Round 6", que ajudou a empresa a superar as previsões de lucro. A empresa de streaming também elevou sua previsão de receita anual.
Em outros lugares, ações de criptomoedas, incluindo Robinhood Markets e Coinbase Global, subiram depois que a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou um projeto de lei que desenvolveria uma estrutura regulatória para criptomoedas.
Dos setores do S&P em território positivo, o de serviços públicos foi o que mais ganhou.
Energia liderou as ações no vermelho. A ação foi pressionada pela SLB, que caiu após reportar lucro trimestral menor e perspectivas pessimistas, e pela Exxon Mobil, que despencou após perder uma batalha judicial histórica sobre a aquisição da Hess pela Chevron.