Maioria dos trabalhadores essenciais diz não ter atenção correta das empresas
Estudo da Microsoft apontou ainda que quase a metade desses trabalhadores se sentiram sobrecarregados durante a pandemia com o afastamento de colegas
Para a maioria dos profissionais brasileiros que trabalham em funções essenciais que não puderam parar durante a pandemia e, às vezes, nem mesmo recorrer ao home office, as empresas não tiveram cuidado suficiente com sua saúde durante a pandemia até aqui.
A conclusão é de um estudo global feito pela Microsoft e publicado nesta quarta-feira (12). Foram entrevistados 9.600 trabalhadores em atividades essenciais à sociedade de oito países: Brasil, Estados Unidos, Japão, Reino Unido, Alemanha, Austrália, Índia e México.
Segundo os estudos, 54% dos profissionais essenciais brasileiros acreditam que as empresas onde trabalham poderiam fazer muito mais para não permitir o esgotamento mental e físico dos empregados e encontrar maneiras de evitar a sobrecarga de trabalho.
Além disso, 43% dos profissionais brasileiros nessas atividades apontam que o afastamento temporário dos colegas por motivo de saúde está dificultando o trabalho no dia a dia.
E a perspectiva para muitos que ocupam esses postos é que a situação se mantenha ou se agrave em 2022. O estudo aponta que, 46% dos trabalhadores essenciais brasileiros acreditam que o estresse no trabalho por conta da pandemia vai aumentar ou continuar igual neste ano.
Pesa ainda com relação à carga emocional dos trabalhadores que estão na ponta e não podem parar o medo de se tornarem obsoletos e perderem o emprego. Para 46%, existe o temor de serem demitidos por não se adaptarem totalmente às novas tecnologias que ganharam tração durante a pandemia.
Um efeito colateral positivo da pandemia tem sido o fortalecimento da solidariedade no ambiente de trabalho: 77% dos brasileiros na linha de frente acreditam que estão mais “ligados” aos seus colegas por conta do estresse compartilhado em um momento tão delicado e desafiador.
Para os profissionais brasileiros que participaram do estudo, aumento de salário, ferramentas digitais melhores e mais folgas remuneradas são os incentivos mais eficientes para reduzir o estresse e melhorar a relação com o trabalho.