Eleições municipais: governo Lula concentra embate com bolsonarismo em oito capitais
Cidades uma espécie de plebiscito entre os apoiadores do petista e os do ex-presidente Jair Bolsonaro
Integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliam que a força do bolsonarismo será testada principalmente em oito capitais na disputa das eleições municipais deste ano.
Interlocutores de Lula acreditam que essas cidades serão uma espécie de plebiscito entre Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para eles, esses municípios darão uma amostra se o presidente está conseguindo ganhar força nesses territórios com as políticas sociais e econômicas.
Os assessores do atual presidente, porém, reforçam que apesar do simbolismo, o reflexo desses resultados não deve impactar nas eleições presidenciais em 2026.
Os oito municípios são considerados “testes” porque são locais em que:
- ou Bolsonaro teve votação expressiva,
- ou os candidatos têm padrinhos políticos ligados a Bolsonaro
- ou pelo tamanho do eleitorado.
Aliados
Apesar de, em diversas capitais, o PT lançar candidatos próprios da legenda em diversos locais, há alianças desenhadas para possíveis segundos turnos contra candidatos bolsonaristas.
No Sudeste, esses embates são citados em São Paulo e no Rio de Janeiro.
No caso da capital paulista, o fato de o candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) ter “abraçado” o bolsonarismo na campanha é um dos pontos citados para a atenção. Lá, a disputa pelo lado governista será feita com Guilherme Boulos (PSOL).
Já a capital fluminense é considerada simbólica por ser o “berço” do bolsonarismo. Lá, Bolsonaro escolheu o deputado federal Alexandre Ramagem (PL), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O PT optou por apoiar o atual prefeito carioca, Eduardo Paes (PSD), que lidera as pesquisas no momento.
Embates diretos
No Nordeste, Recife, Teresina e Fortaleza terão embates diretos com candidatos de Bolsonaro.
Na capital do Piauí, o PT tenta eleger Fábio Novo. O embate com o bolsonarismo será com Silvio Mendes (União), que é apoiado pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro.
Em Fortaleza, o principal apoio do bolsonarismo será para o deputado federal André Fernandes (PL). O PT deve oficializar a candidatura de Evandro Leitão (PT), presidente da Assembleia Legislativa, neste sábado (3).
Já no Recife, Lula apoia João Campos (PSB) à reeleição, enquanto Gilson Machado, ex-ministro do Turismo de Bolsonaro, será o representante da oposição.
Vitória expressiva de Bolsonaro
No Norte, os estados da região amazônica recebem atenção dos petistas.
Auxiliares de Lula apontam a votação expressiva de Bolsonaro em Rio Branco no primeiro turno do pleito de 2022 como um ponto de teste para os petistas. Na última eleição, o ex-presidente conseguiu 64,03% dos votos enquanto Lula 26,3%.
O atual prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, é do PL. Já o PT não terá candidatos próprios, mas se aliou na chapa de Marcus Alexandre (MDB).
Fator COP
Outra capital considerada importante é Belém, cidade sede da COP30, a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2025. Os petistas consideram que uma vitória seria simbólica já que o evento vai trazer a pauta ambiental para a Amazônia.
Outro ponto é que governos municipal e federal coincidentes seriam importantes para a promoção da própria COP.
Em Belém, o PL deve lançar o deputado federal Delegado Éder Mauro. Já o PT está de olho nos apoios para a candidatura à reeleição de Edmilson Rodrigues (PSOL) e à candidatura pelo MDB de Igor Normando para barrar o candidato de Bolsonaro.
Reflexos da calamidade
No Sul, Porto Alegre é um ponto de atenção. As fortes chuvas que afetaram o Rio Grande do Sul fizeram com que o governo apostasse em políticas sociais específicas e direcionasse orçamento emergencial para a reconstrução do estado em meio à calamidade.
O PT deve tentar a prefeitura com a deputada federal Maria do Rosário. O atual prefeito e candidato à reeleição, Sebastião Mello (MDB), é alinhado ao bolsonarismo.
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