Planalto vê pré-candidatura de Flávio como chance para dialogar com Centrão
Analista Pedro Venceslau, no Hora H, avalia que movimento do senador cria fragmentação na direita e abre espaço para governo Lula avançar nas conversas com partidos como MDB, União Brasil e Republicanos
A pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro à Presidência da República está sendo vista pelo Palácio do Planalto como uma oportunidade para ampliar o diálogo com partidos do Centrão. O movimento inesperado do filho do ex-presidente fragmentou o campo da direita e pode beneficiar o atual governo. Análise é de Pedro Venceslau no Hora H.
"Esse movimento errático que Flávio Bolsonaro fez já abriu uma janela para o governo avançar nas conversas com o Centrão", avalia o analista de Política da CNN. "Perdeu-se um pouco a força da candidatura de Tarcísio".
A situação afeta especialmente partidos como MDB, União Brasil e Republicanos, que agora ficam em posição mais flexível quanto a alianças futuras. No caso do MDB, por exemplo, a ala governista ganha mais espaço com essa nova configuração política.
Impacto nos partidos do Centrão
A União Brasil, que recentemente concedeu espaço em suas inserções partidárias para Ronaldo Caiado, agora se encontra em situação de indefinição para 2026. A federação com o PP, descrita por Venceslau como "um casamento de 4 anos", complica ainda mais o cenário, já que as decisões precisam ser tomadas em conjunto.
O Republicanos, partido de Tarcísio e que possui o Ministério de Portos e Aeroportos no governo Lula com Silvio Costa Filho, também fica "na pista", podendo lançar candidatura própria ou até mesmo apoiar o governo. Já o PSD de Gilberto Kassab, que em tese teria o nome de Ratinho Junior como opção, igualmente ganha mais margem de manobra.
O governo Lula, que assiste a essa movimentação "de camarote", parece torcer para que a candidatura de Flávio Bolsonaro seja levada adiante. O Palácio do Planalto avalia que, sem a força unificadora de Tarcísio, a oposição perde capacidade de formar uma ampla coalizão que poderia se autodenominar "frente ampla" contra o atual governo nas eleições de 2026.


