Tarcísio mantém silêncio sobre pré-candidatura de Flávio Bolsonaro
Governador de São Paulo não se manifestou sobre anúncio do senador como pré-candidato à presidência em 2026, enquanto aliados recebem movimentação com ceticismo; apuração é de Pedro Venceslau no CNN 360°
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mantém silêncio sobre a indicação do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como pré-candidato à Presidência da República em 2026. A movimentação política, que começou na última sexta-feira (5) quando o senador anunciou ter recebido o aval de seu pai para a candidatura, gerou repercussão no cenário político nacional, mas não obteve manifestação pública do governador paulista. Segundo apuração do analista Pedro Venceslau, no CNN 360°, o entorno do governador recebeu com ceticismo o anúncio da pré-candidatura.
Mesmo após ser comunicado por telefone pelo próprio Flávio sobre a decisão, Tarcísio optou por não se posicionar publicamente. Durante agenda no interior de São Paulo no fim de semana e em solenidade no Tribunal de Contas do Estado nesta segunda-feira (8), o governador evitou contato com jornalistas, saindo dos eventos sem dar declarações à imprensa.
Incertezas sobre o futuro político
Aliados próximos a Tarcísio revelam que o governador ainda não está completamente decidido sobre seu futuro político. A avaliação é que ele correria um risco significativo ao deixar o governo de São Paulo, onde é bem avaliado e considerado favorito para reeleição, para disputar a presidência sem garantias de apoio integral da família Bolsonaro.
O governador já sinalizou a pessoas próximas que só disputaria a presidência se tivesse controle total sobre sua candidatura. "Ele só disputaria a presidência da República se ele tiver o controle e o comando da própria candidatura", revelou uma fonte ao analista. Isso significa que Tarcísio deseja autonomia para definir seu candidato a vice, escolher o marqueteiro, estruturar a campanha e construir alianças políticas sem interferências externas.
Movimentação do Centrão e reação do clã Bolsonaro
Nos bastidores, o Centrão vinha trabalhando para viabilizar uma candidatura de Tarcísio à presidência, possivelmente sem incluir um representante da família Bolsonaro como vice. Essa movimentação aparentemente deixou o grupo político do ex-presidente preocupado com um possível ostracismo e perda de valor político da marca Bolsonaro.
Com o anúncio da pré-candidatura de Flávio, as articulações para uma possível sucessão de Tarcísio no governo paulista esfriaram. O prefeito Ricardo Nunes, que se movimentava como potencial candidato ao governo estadual, interrompeu suas articulações, especialmente após divergências com seu vice-prefeito. Outros nomes que vinham se posicionando também recuaram após o anúncio do senador.
Por enquanto, a expectativa é que Tarcísio só defina seu futuro político em março do próximo ano. Como governador do estado mais forte do país, ele já possui projeção nacional e comanda uma máquina administrativa poderosa, com um arco de alianças que inclui mais de 12 legendas políticas no estado de São Paulo - capital político que poderia ser transferido para uma eventual disputa nacional.


