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    DNA pode indicar a melhor dieta para você; conheça a nutrigenômica

    Genética pode ajudar a diagnosticar doença celíaca e intolerância à lactose

    Flávio Ismerimda CNN

    As coisas que a gente come influenciam indiretamente o que a gente é. É o que aponta a nutrigenômica, ramo da área da saúde que estuda a interação entre a nutrição e a genética.

    Cresce cada vez mais o interesse em investigar a genética do ponto de vista individual, como também cresce o acesso e a oferta de testes genéticos, que podem servir para os mais diversos fins, dentre eles a nutrigenômica.

    “A nutrigenômica estuda tanto como que cada pessoa pode ter necessidades ou metabolizações diferentes de nutrientes por causa da sua sequência genética, quanto até ao contrário, como que esses nutrientes influenciam o organismo e, de certo modo, a expressão gênica de todas as nossas células”, explicou Ricardo Di Lazzaro, responsável pela vertical de genética pessoal da Dasa Genômica e cofundador do laboratório Genera.

    A popularização dessa área é um passo em direção a uma maior personalização e especificação na nutrição, já que, com conhecimento genético apurado, fica mais fácil saber as necessidades e os pontos de atenção de cada paciente.

    “É muito importante a gente entender quais os alimentos que vão ser melhores, mais saudáveis para determinada pessoa, e quais podem ser danosos em algum nível, e a partir disso, buscar levar essas informações para mais pessoas e ter mais saúde com alimentações mais personalizadas”, defende o médico.

    Nutrigenômica ajuda no diagnóstico de doença celíaca e intolerância à lactose

    Um dos grandes exemplos da utilidade do estudo da nutrigenômica e dos testes genéticos é o diagnóstico de casos de doença celíaca, que é uma intolerância grave ao glúten.

    À CNN, Di Lazzaro afirmou que, apesar de o paciente ter chances de desenvolver a condição conforme for sendo exposto ao glúten presente em derivados do trigo como pães e massas, 70% do componente da doença celíaca é genético.

    “Saber que você tem uma predisposição e isso te induzir a reduzir o consumo de glúten, com certeza pode evitar o desenvolvimento da doença celíaca.”

    O mesmo é válido para a intolerância à lactose. Segundo o médico, um estudo feito no Genera indica que 51% dos brasileiros possuem uma alteração genética associada a essa condição.

    “Algumas pessoas produzem pela vida toda uma enzima que quebra o leite, outras pessoas acabam por perder essa produção dessa enzima, então o açúcar do leite acaba sendo degradado por bactérias, gerando uma série de sintomas, mal-estar, dor abdominal, diarreia, principalmente consumo. Então, você também saber esse componente te gera uma vida com mais qualidade e menos sintomas gastrointestinais”, explicou.

    Ele alerta ainda para uma série de outras condições que, se descobertas com um teste genético, podem melhorar a vida dos pacientes.

    “Um dos exemplos curiosos é uma alteração em uma proteína chamada G6PD, que as pessoas não podem consumir feijões de fava. Isso pode ser muito tóxico para eles, mas tem também várias outras condições em que, mais raras, que você, por exemplo, não pode consumir algum tipo de proteína específica, algum aminoácido específico. E que algumas delas, inclusive, estão no teste do pezinho”, citou.

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