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Lexa sobre Dia Nacional do Funk: "É resistência, é canto da comunidade"

À CNN, cantora diz que embora o rimo tenha ganhado o mundo, o reconhecimento no exterior não impede os ataques dentro do próprio país

Caroline Ferreira, da CNN
Lexa desabafa sobre resistência ao funk no Brasil mesmo com reconhecimento internacional
Lexa desabafa sobre resistência ao funk no Brasil mesmo com reconhecimento internacional  • Divulgação
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Natural de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, Lexa, 30, é um dos principais nomes da cena funk atual. Voz por trás de hits virais como "Provocar" e "Só Depois do Carnaval", a artista recorda a importância de ter se apresentado, primeira vez, com o gênero em TV aberta, em 2019.

"Quando eu fui no Faustão, foi muito mais do que realizar um sonho pessoal. Eu levei o funk comigo. Naquela época, não era comum ver o rimo ocupando espaços como aquele. A gente era podado, julgado o tempo todo. Então foi simbólico e histórico", conta à CNN.

 

Neste sábado (12) data em que celebra o Dia Nacional do Funk, a cantora também afirma que cada espaço conquistado representa um avanço coletivo. "Às vezes é um passo de cada vez, mas eu sinto que está dando certo, todo dia é uma conquista nova. E não é só minha, é da comunidade, das mulheres, do movimento", acrescenta.

Quando decidiu investir na carreira musical, Lexa trabalhava como padeira. A partir dai, passou a cantar em bailes de favela, vencendo o preconceito que, segundo ela, ainda ronda o gênero. "O funk sempre foi visto como desdém. Mesmo hoje, com tudo que já alcançamos, ainda tem muita gente que tenta diminuir, que olha torto, que marginaliza", lamenta.

Lexa é uma das principais vozes do funk feminino atual • Divulgação
Lexa é uma das principais vozes do funk feminino atual • Divulgação

Embora o rimo tenha ganhado o mundo, acumulando bilhões de streams e influenciando artistas internacionais, a funkeira chama atenção para um contraste doloroso: o reconhecimento no exterior não impede os ataques dentro do próprio país.

"É duro ver que, mesmo com tanto sucesso, o funk ainda continua segundo perseguido. Tem artista é valorizado lá fora e desrespeitado aqui. Ainda existe um preconceito muito forte com a cultura de periferia, e isso precisa mudar. Funk é canto da comunidade, é resistência, é cultura viva, e é nosso. O Brasil precisa entender isso", desabafa.

"Eu saí de um lugar onde tudo era difícil, mas nunca deixei de acreditar. Se hoje cheguei até aqui, é porque o funk abriu esse caminho. E ainda vai abrir muitos outros", conclui.

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