Medina critica COB e pede credencial para levar esposa Yasmin Brunet a Tóquio

Surfista defende ida da modelo com ele ao Japão, mas comitê diz que apenas pessoas ligadas a equipe técnica podem fazer parte da delegação

Bruno Oliveira, da CNN, em São Paulo
Gabriel Medina na disputa da etapa de Narrabeen, na Austrália
Gabriel Medina na disputa da etapa de Narrabeen, na Austrália  • Foto: Cameron Spencer/Getty Images
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Bicampeão mundial de surfe e uma das estrelas da modalidade, Gabriel Medina é uma das principais esperanças do Brasil para a conquista de medalhas nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Ao lado dos surfistas Italo Ferreira, Silvana Lima e Tatiana Weston-Webb, Medina vai representar o surfe brasileiro no Japão, esporte que, ao lado do beisebol, karatê, escalada e skate, faz sua estreia na história das Olimpíadas.

Em entrevista à CNN, o atleta contou que está feliz em fazer parte dos Jogos, que está preparado fisicamente e mentalmente para a competição e que espera conseguir uma medalha.

“Desde criança, assisto às Olimpíadas. Eu torcia para todos os brasileiros, independentemente do esporte. E no final o que eu queria ver era o Brasil ganhando medalhas, subindo no ranking e passando os outros países. Só de pensar nisso me dá uma motivação a mais. Talvez até sinta uma certa pressão, mas uso a pressão como motivação para buscar a medalha. Espero poder ajudar o Brasil de alguma forma nessas Olimpíadas”, disse.

Talvez até sinta uma certa pressão, mas uso a pressão como motivação para buscar a medalha. Espero poder ajudar o Brasil de alguma forma nessas Olimpíadas
Gabriel Medina, surfista

Apesar da expectativa e da empolgação com os Jogos Olímpicos, Medina tem uma preocupação para Tóquio, e não é dentro do mar. Além do técnico, o atleta deseja levar para a Olimpíada a esposa Yasmin Brunet. Ele afirmou que fez alguns pedidos ao Comitê Olímpico do Brasil (COB) para levar duas pessoas, mas não teve resposta.

“Tenho conversado bastante com o COB. A gente pode levar para o Japão duas pessoas dentro da comissão, e cada atleta está levando o seu pessoal. O Ítalo [Ferreira, também surfista] está levando um amigo que o ajuda, e comigo estão dificultando. Minha vida mudou, eu tinha outro coaching, outra estrutura, duas pessoas que não trabalham mais comigo, e não me deram a confirmação se vou poder levar meu atual coaching”, contou.

“Questionei também se posso levar a Yasmin, porque ela tem viajado comigo. Aí eles (COB) falaram que ela não tem nada a ver com o surfe, que ela não poderia ajudar a delegação. Mas e o marido da Tati (Tatiana Weston-Webb)? Ele surfa, participou do circuito mundial. Estou só questionando por que eu não posso levar? São as pessoas que me ajudam. Não é porque é melhor, é porque são pessoas que estão no meu dia a dia. Acho certo eles levarem o time deles, só que eu não sei qual a dificuldade de eu levar o meu time. Eu vou ter que viajar sozinho? Por que só comigo, sabe?”, afirmou.

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Gabriel Medina, surfista

Procurado pela reportagem, o Comitê Olímpico do Brasil informou que no mês passado realizou a substituição e credenciou Andy King para atuar como treinador do atleta Gabriel Medina na Olimpíada de Tóquio.

Ainda segundo a entidade, de acordo com o regulamento dos Jogos Olímpicos, somente um profissional que esteja credenciado na lista larga pode substituir outro.

Além disso, há uma limitação de credenciais para as delegações e a política do COB é de que os oficiais tenham funções estritamente técnicas. Em virtude desta limitação, cada surfista da equipe brasileira terá o acompanhamento de apenas um profissional da área técnica com experiência comprovada.

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