Com Nova York como epicentro, EUA têm disparada de mortos e falta de equipamento

Hospitais tentam atender milhares de pacientes infectados em meio a um número cada vez menor de ventiladores mecânicos e equipamentos de proteção disponíveis

Reuters
Profissional protesta contra falta de equipamentos em hospital de Nova York
Profissional médica protesta contra falta de equipamentos em hospital do Bronx, em Nova York, EUA: "Não nos envie à batalha sem armas! Deem-nos EPIs [equipamentos de proteção individual]", diz o cartaz  • Foto: Brendan McDermid/Reuters (2.abr.2020)
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O número crescente de mortos na pandemia de coronavírus sobrecarregou as funerárias de Nova York nesta quinta-feira (2). Hospitais tentam atender milhares de pacientes infectados em meio a um número cada vez menor de ventiladores mecânicos e equipamentos de proteção disponíveis.

Diretores de funerárias e cemitérios descreveram uma disparada na demanda como não viam em décadas. Os casos de COVID-19 ultrapassaram a casa dos 50 mil na cidade, com quase 1.400 mortos. 

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"De muitas maneiras, o Estado de Nova York é um microcosmo dos Estados Unidos, e é por isso que eu acredito que o que acontece aqui é ilustrativo para o resto do país sobre o que vai acontecer", afirmou o governador de Nova York, Andrew Cuomo.

Os dados evidenciam o custo humano da pandemia. Com mais de 90% da população em isolamento, o governo dos Estados Unidos reportou um número recorde: 6,6 milhões de norte-americanos se registraram para obter benefícios de seguro-desemprego na semana passada, dobrando a máxima histórica registrada na semana anterior. 

"Você fica sem respirar", disse Justin Hoogendoorn, diretor do banco de investimentos Piper Sandler, em Chicago. "Obviamente a reação imediata a algo assim será o medo." 

Nesta quinta-feira, o Texas se tornou o 40º estado norte-americano —do total de 50— a emitir ordem para que todos permaneçam em suas casas para conter a propagação do vírus. 

O número de mortos nos Estados Unidos subiu em 950 nesta quarta-feira (1º), marcando o terceiro dia seguido de altas recordes. Outras 800 mortes foram reportadas até a publicação desta reportagem na quinta-feira, totalizando mais de 5.600 mortos no país, de acordo com dados levantados pela Reuters. 

Os EUA são o país com mais casos confirmados de COVID-19: a somatória de dados estaduais apontam que há cerca de 235 mil pacientes — mais que o dobro da Itália, que com 110 mil casos é o país com o segundo maior número de casos. A força-tarefa da Casa Branca para a pandemia estima que o total de mortes pode chegar a algo entre 100 e 240 mil, mesmo se a ordem de quarentena for respeitada. 

No mundo, o número de infecções confirmadas chegou a 1 milhão, com mais de 50 mil mortos até a o momento, de acordo com o centro de pesquisa da Universidade Johns Hopkins para o coronavírus. 

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