28 de junho: Conheça a origem do Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+
O que começou como uma semana de confrontos entre manifestantes e policiais se tornou um dia de resistência e memória para a comunidade
De um confronto entre policiais e manifestantes nos Estados Unidos, em 28 de junho de 1969, surgiu a data em que se comemora o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+.
O protesto acontecia em defesa do clube gay Stonewall Inn, aberto em 1967, no coração do boêmio bairro de Greenwich Village, em Nova York.
Naquela época, apesar da circulação de ideias progressistas na região, as leis contra homossexuais eram rígidas, colocando em risco aqueles que ousavam demonstrar afeto não heterossexual em público.
Para escapar da regulamentação estadual que proibia os homossexuais de consumir bebidas alcoólicas, o mafioso “Fat Tony” Lauria fundou o Stonewall Inn como um clube privado.
Embora as batidas policiais fossem relativamente comuns no estabelecimento, uma investida surpresa em 1969 tomou rumos inesperados, resultando no que ficou conhecido como “Rebelião de Stonewall” –um levante de seis dias em defesa dos direitos da população LGBTQIA+.
A primeira invasão aconteceu na terça-feira, 24 de junho. Dias depois, na sexta-feira, 27, os policiais voltaram ao clube na intenção de “destruir o bar e esbofetear os proprietários com infrações suficientes para fechá-lo para sempre”, segundo narrou Emanuella Grinberg, da CNN.
Em meio à confusão, quando já passava da meia-noite –sendo, portanto, sábado, 28 de junho– os manifestantes começaram a jogar objetos contra agentes de segurança que tentavam prender uma mulher homossexual.
Na noite de sábado, cerca de 2.000 pessoas se reuniram em frente ao bar, dando as mãos e gritando frases como “poder gay”, “queremos liberdade agora” e “Christopher Street pertence às rainhas”. A Rua Christopher foi bloqueada por manifestantes.
Mais uma vez, na quarta-feira, os manifestantes se dirigiram ao local para continuar a passeata, mantendo o clima de revolta por algumas semanas.
Ao todo, 21 pessoas foram presas durante os eventos e uma morreu –um motorista de taxi que sofreu um infarto após ter seu veículo invadido.
No ano seguinte, na mesma data, milhares de pessoas voltaram à Greenwich Village para a primeira marcha do Dia da Libertação da Rua Christopher. Era o início do evento anual que evoluiu para o que conhecemos como “Parada Gay”.
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Público participa da parada em Glasgow, na Escócia, em 25 de junho de 2022 • Jeff J Mitchell/Getty Images
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Vista aérea de pessoas que participam da Parada do Orgulho LGBTQIA+ na Cidade do México • Hector Vivas/Getty Images
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Depois de dois anos, membros da comunidade LGBTQIA+ se reuniram no Monumento à Bandeira em Mérida, no México • Mariana Gutierrez/Eyepix Group/Future Publishing/Getty Images
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Público manifesta por direitos humanos na parada de Vilnius, capital da Lituânia • Alexander Shelegov/Getty Images
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26ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ em São Paulo • Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo
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Parada em Kolkata, na Índia, protesta contra o homicídio de pessoas trans • Sukhomoy Sen/Eyepix Group/Future Publishing via Getty Images
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Parada celebra a diversidade em Atenas, na Grécia • Maria Chourdari/NurPhoto via Getty Images
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Pessoas participam da Parada do Orgulho LGBTQIA+ no centro de Sofia, na Bulgária • Georgi Paleykov/NurPhoto via Getty Images
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Participantes marcham com bandeiras do arco-íris, guarda-chuvas e faixas durante a parada em Querétaro, no México • Cesar Gomez/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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*Com informações de Emanuella Grinberg, da CNN, que conversou com David Carter, que passou 10 anos pesquisando e entrevistando testemunhas de ” Stonewall: The Riots That Sparked the Gay Revolution “; Eric Marcus, criador do podcast ” Making Gay History “, que inclui entrevistas com a falecida Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera, ativistas transgêneros pioneiras, e Robert Bryan, que juntou-se à multidão do lado de fora do Stonewall Inn em 28 de junho de 1969