Ações da ONU em guerras se submetem à vontade dos Estados, diz professor
Gunther Rudzit explicou, em entrevista à CNN, que decisões dos governos estão, muitas vezes, relacionadas a interesses próprios
Embora acompanhe a situação da guerra na Ucrânia, a Organização das Nações Unidas (ONU), cujo objetivo é manter a paz e segurança internacional, não tem atuado diretamente para solucionar a crise. Em entrevista à CNN, o professor de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Gunther Rudzit explicou o papel da organização.
"A ONU não tem vontade própria. A ONU é aquilo que os estados-membros fazem dela. Então as decisões não são tomadas, porque os governos não querem tomar essa decisão, justamente porque, muitas vezes, não tem algum interesse direto envolvido", disse.
Enquanto avançam os confrontos na região, o número de vítimas cresce. Segundo a ONU, mais de 900 civis morreram no país desde o início da invasão. Nesta terça-feira (22), segundo o governo ucraniano, um ataque russo a uma estação de trem matou uma pessoa e descarrilhou 15 vagões.
"Não são números frios, somente de mortos, mas realmente a situação de vida que a população passa a ter que conviver", avaliou Rudzit sobre o impacto da guerra.
Atualmente, pelo menos 26 países vivenciam conflitos armados que envolvem organização partidárias, militares ou milícias, segundo o Conselho de Relações Internacionais. Muitos deles acabam não despertando tanta atenção mundial quanto o conflito atual no Leste Europeu.
"Você tem aí esses conflitos esquecidos, que não estão no centro das regiões mais, economicamente, desenvolvidas, que chamam tanto a atenção, e acabam ficando no esquecimento", afirmou o especialista.