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    Agentes de Maduro impediram entrada de comida em embaixada sob custódia do Brasil

    Segundo fonte que acompanhou negociações, agentes só permitiam entrada de água para asilados em sede diplomática

    Luciana Taddeoda CNN , Buenos Aires

    Agentes do governo de Nicolás Maduro impediram a entrada de alimentos na embaixada da Argentina por pelo menos um dia no último fim de semana, quando a sede diplomática foi alvo de um cerco por agentes policiais e do Serviço Bolivariano de Inteligência.

    O relato é de uma fonte que acompanhou as negociações para fim do assédio à embaixada Argentina, que desde o início de agosto é custodiada e representada pelo Brasil.

    Seis opositores que integram a equipe da ex-deputada María Corina Machado estão asilados na embaixada argentina desde março, quando um mandado de prisão foi emitido pelo Ministério Público contra eles, assim como aconteceu com o ex-candidato à presidência Edmundo González.

    Claudia Macero, Pedro Urruchurtu e Magalli Meda estão asilados na embaixada da Argentina em Caracas
    Claudia Macero, Pedro Urruchurtu e Magalli Meda estão asilados na embaixada da Argentina em Caracas • Luciana Taddeo/CNN Brasil

    A CNN apurou que durante pelo menos um dia no último fim de semana, agentes do governo Maduro somente permitiram a entrada de água, mas não de outros mantimentos, para os asilados. A situação só foi resolvida depois que interlocutores do governo brasileiro dialogaram com integrantes da administração venezuelana para a entrada dos alimentos.

    A reportagem entrou em contato com o governo venezuelano para comentar o episódio e aguarda retorno.

    A revelação se soma à denúncia dos opositores asilados de que a eletricidade foi cortada na sede diplomática durante a presença policial do lado de fora da residência diplomática argentina. Isso já havia acontecido anteriormente e levou o governo argentino a lembrar a Venezuela da obrigação do Estado receptor de missões diplomáticas de salvaguardá-las de “invasões ou danos e preservar a tranquilidade e dignidade da mesma”.

    Na última sexta (6) a Venezuela comunicou extraoficialmente ao Brasil que retirou a autorização de custódia da embaixada argentina em Caracas. A oficialização da revogação chegou ao Itamaraty no sábado (7).

    Em resposta, o Brasil manifestou a necessidade de designação de outro país para assumir a representação argentina na Venezuela e que esta responsabilidade somente será passada adiante quando essa substituição for oficializada.

    O governo chavista afirmou ter “provas” de que a sede diplomática argentina está sendo utilizada para o planejamento de “atividades terroristas” e de “tentativas de assassinato” de Maduro e da Vice-Presidente venezuelana Delcy Rodríguez pelos asilados.

    O cerco policial à embaixada custodiada pelo Brasil teve início na noite de sexta e durou até sábado, quando González, que estava na embaixada da Espanha, decidiu sair do país e recebeu o salvo-conduto do governo venezuelano.

    Em entrevista à CNN, o advogado de González, José Vicente Haro, afirmou que o cerco policial à embaixada argentina foi o que levou o opositor a decidir deixar a Venezuela, contra sua vontade.

    Os seis opositores venezuelanos continuam asilados na embaixada argentina custodiada pelo Brasil. A Argentina tenta, desde março, um salvo-conduto para que eles possam deixar o país, o que foi negado pelo governo Maduro desde então.

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