Américo: Postura de Maduro depois da posse reflete instabilidade política do país
Líder venezuelano diz que o país se prepara com Cuba e Nicarágua para luta armada
Fala, que acontece após países da União Europeia, Estados Unidos, Reino Unido e Canadá aumentarem sanções contra a Venezuela, é vista como um reflexo da instabilidade política da nação sul-americana.
“A Venezuela vai se preparando junto com Cuba, com a Nicarágua, com nossos irmãos maiores do mundo, para se um dia tivermos que pegar em armas para defender o direito à paz, à soberania e os direitos históricos de nossa pátria. Batalhar na luta armada e voltar a ganhar”, expressou Maduro.
Segundo o analista sênior de assuntos internacionais da CNN, Américo Martins, a fala de Maduro tenta desviar a atenção dos problemas internos do país.
“Ele quer ter inimigos externos para poder justificar muitas das suas ações, incluindo a ocultação das atas das eleições presidenciais de 2024”, explica Américo.
O papel das Forças Armadas
Um fator crucial na manutenção do regime de Maduro é o apoio das Forças Armadas venezuelanas.
Américo destaca que os militares “estão fechados com o regime do Maduro” e se beneficiam amplamente do poder, ocupando espaços políticos, econômicos e sociais no país.
“Vários generais na Venezuela têm muito espaço inclusive dentro da economia do país. Foi uma artimanha, primeiro do ex-presidente Hugo Chaves e do atual autocrata Nicolás Maduro, de dar cada vez mais poder a esses militares inclusive para continuar se mantendo no poder”, analisa o especialista.
Cenário internacional
A possibilidade de uma intervenção internacional na Venezuela é considerada limitada no momento.
No entanto, Américo aponta que pode haver pressões por parte do novo governo americano, liderado pelo presidente eleito Donald Trump, que não simpatiza com o regime de Maduro.
O analista também menciona a aliança de Maduro com outros regimes autoritários, como Cuba e Nicarágua, além do apoio de potências como Rússia e China.
Essa configuração geopolítica torna ainda mais complexa qualquer tentativa de resolução externa para a crise venezuelana.