Análise: Tarifas de Trump mostram preocupação com Brics
Analista de internacional Américo Martins avaliou no CNN Novo Dia que Índia sofre tarifa de 50% dos EUA, enquanto Brasil, Rússia, China e África do Sul também enfrentam sanções comerciais impostas pelo governo americano
Os Estados Unidos impuseram uma série de tarifas comerciais sobre produtos de países membros do Brics, sinalizando uma crescente tensão nas relações econômicas internacionais. A medida mais recente afeta a Índia, com uma sobretaxa de 50% sobre suas importações. A análise é de Américo Martins no CNN Novo Dia.
Decisão americana surge em um momento delicado para o comércio global. A Índia, que já enfrentava uma tarifa de 25%, recebeu uma taxa adicional de mesmo valor devido à sua importação de petróleo russo. O Brasil também foi afetado por uma tarifa de 50%, resultado de uma taxa base de 10% somada a uma sobretaxa de 40%.
Impacto nas maiores economias
A China, principal rival geopolítico dos Estados Unidos, enfrenta ameaças de tarifas superiores a 100%, levando ambos os países a negociações contínuas sobre o futuro das relações comerciais. A Rússia, por sua vez, está sob as mais severas sanções da história, impostas não apenas pelos EUA, mas também pela União Europeia e Reino Unido, em decorrência do conflito na Ucrânia.
A África do Sul também não escapou das medidas restritivas, com tarifas de 30% sobre seus produtos. O cenário evidencia uma estratégia americana de pressão sobre os membros do Brics, grupo que reúne algumas das maiores economias emergentes do mundo.
Em resposta a essa situação, Lula planeja discutir o tema com outros líderes do bloco. Em declaração à agência Reuters, presidente afirmou que conversará com Narendra Modi e Xi Jinping para avaliar o impacto das medidas e definir possíveis ações conjuntas.
O Brics, que defende mudanças na governança global e possui significativo potencial de comércio entre seus membros, pode representar uma alternativa às restrições comerciais americanas. O grupo reúne dez das vinte maiores economias mundiais, fator que justifica a preocupação do governo dos Estados Unidos com sua crescente influência.