Aquecimento global pode reduzir flora mundial em 15% em 80 anos, diz organização
Redução das espécies de plantas será uma ‘realidade’, caso emissão de gases do efeito estufa não seja mitigada
O ecossistema mundial deve sofrer um grande impacto ao longo dos próximos 80 anos, se a emissão de gases do efeito estufa não for mitigada. O relatório divulgado, nesta quinta-feira (10), pelo World Resources Institute (WRI), organização não governamental ligada ao meio ambiente, retrata um cenário onde mais de 15% da flora mundial pode ‘praticamente’ deixar de existir até o fim do século, caso a temperatura média global aumente mais que 2°C, em comparação aos níveis pré-industriais.
Os dados utilizados pelo WRI, que fazem parte do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), mostram que, até o momento, o aquecimento global gerou uma alta de 1,2°C no planeta.
“Todos nós precisamos estar familiarizados com os esforços mundiais para manter a temperatura abaixo de 2°C. Cada fração de grau importa para a população. Apesar de todos os esforços, já estamos observando diversas mudanças climáticas. O aumento de 1,5°C já não traz segurança para o ecossistema”, disse Kelly Levin, porta-voz do World Resources Institute.
A projeção mostra que aproximadamente 8% das espécies vegetais do planeta já estão sob forte risco de extinção, em função da alta temperatura mundial. Segundo a pesquisa, essa vegetação deverá perder mais da metade do alcance em breve. Os locais mais afetados pelos incêndios naturais estão localizados na América do Norte, do Sul, na Europa e no continente africano, mostra o relatório.
Durante coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (10), Kelly Levin destacou as mudanças climáticas no globo causadas pelo aquecimento global. Em referência ao Brasil, ela atribui uma parcela do desmatamento das florestas do país aos incêndios causados pelas altas temperaturas.
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A tempestade Filomena que atingiu a Espanha entre os dias 6 e 11 de janeiro deixou a capital espanhola toda branca e paralisada por dias, como não ocorria há 50 anos. A neve interrompeu o tráfego aéreo, matou três pessoas e deixou rastros em boa parte da Espanha • Foto: Irina R. Hipolito/ AFP7/Getty Images
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Enchente em Sydney, em março de 2021, após dias seguidos de chuva • Flavio Brancaleone/Getty Images
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Incêndios florestais na Califórnia devastaram a vegetação e algumas comunidades em julho de 2021 • 27/07/2021 REUTERS/David Swanson
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Alemanha foi um dos países europeus mais atingidos por fortes enchentes
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Devastação causada pelo furacão Ida no Estado norte-americano da Lousiana • 03/09/2021 REUTERS/Jonathan Ernst
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Desmatamento no Pará • Foto: Alex Ribeiro/Agência Pará
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Área desmatada na região de fronteira entre Amazônia e Cerrado em Nova Xavantina, no Mato Grosso • 28/07/2021 REUTERS/Amanda Perobelli
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Fumaça e chamas de queimada no Pantanal, em Poconé, no Mato Grosso • Reprodução
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Enchente causada por fortes chuvas em Itajuipe, na Bahia. • REUTERS/Amanda Perobelli
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Enchentes na Bahia • Michael Leal, de 36 anos, em cozinha de casa atingida pela enchente após fortes chuvas em Itajuípe, na Bahia27/12/2021 REUTERS/Amanda Perobelli
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Chuvas intensas castigam a Bahia neste Natal. Com ventos fortes e temporal em diversos municípios e na capital, Salvador, (BA). Na foto, mulher usando guarda-chuva, descendo escadarias em meio a enxurrada, no bairro Novo Horizonte, em Salvador, (BA) • Foto: MAURO AKIIN NASSOR/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
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Enchente na Alemanha
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Destruição provocada por tornado em Dawson Springs, Kentucky • REUTERS/Jon Cherry
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Derretimento das geleiras na Antártica é uma das grandes preocupações relacionadas ao aquecimento global • REUTERS
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Bombeiro combate chamas do incêndio Dixie na Califórnia • REUTERS/David Swanson
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Incêndio florestal na Floresta Nacional de Angeles, no sul da Califórnia • Foto: Ringo Chiu - 17.set.2020 / Reuters
“Se você pensar na América do Norte, por exemplo, temos diversas áreas que sofreram incêndios involuntários. Tivemos um recorde na última década. Vemos a mesma coisa na América do Sul, e no Brasil, temos todos os impactos dos incêndios e o que isso prejudica o ambiente”, disse a ambientalista.
Para reverter a situação, o relatório aponta a necessidade de medidas ‘urgentes’ contra a emissão de gases do efeito estufa. E aponta que a adaptação global leva aproximadamente três anos para ser sentida na prática. Segundo o WRI, as ações contra o aquecimento global serão possíveis graças ao acordo selado durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), em novembro de 2021, onde os países prometeram investir pelo menos U$ 40 bilhões até 2025.