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    Argentina e Uruguai condenam prisões de aliados de María Corina; Brasil silencia

    Paraguai lamentou detenções e Colômbia expressou preocupação; governos afirmaram que medida fere o "espírito democrático"

    Luciana Taddeoda CNN , em Buenos Aires

    A Argentina e o Uruguai condenaram as novas prisões de integrantes do partido Vente Venezuela, da líder opositora María Corina Machado, na quinta-feira (21). O Paraguai “lamentou” as detenções e a Colômbia, por sua vez, expressou preocupação. O Brasil, até o momento, não se pronunciou.

    Segundo o Procurador-Geral da Venezuela, Tarek William Saab, dirigentes do partido de Machado estariam envolvidos em supostas conspirações e planos para promover a violência na Venezuela. Sete integrantes da sigla política foram presos e há mais sete mandados de prisão expedidos contra partidários.

    Em nota do Ministério das Relações Exteriores, o Uruguai manifestou que os acontecimentos “confirmam a deterioração progressiva da situação política na Venezuela, uma escalada que corrobora o distanciamento definitivo do Acordo de Barbados pelo governo venezuelano”.

    O Acordo de Barbados é um entendimento assinado entre o governo venezuelano e a oposição para a realização das eleições presidenciais.

    “O Uruguai condena essas ações arbitrárias e acompanha com preocupação e solidariedade estes acontecimentos nos quais, com as estruturas do Estado, avassalam os direitos humanos de opositores ao regime”, escreveu o governo de Luis Lacalle Pou.

    A pasta também adicionou que o país “se une ao chamado da comunidade democrática internacional para a libertação imediata de todos os presos por motivos políticos”.

    A Argentina, por sua vez, condenou “firmemente” a situação e expressou “completo repúdio” às prisões de Henry Alviarez e Dignora Hernández, coordenadores do partido de Machado, assim como à ordem de prisão contra outros dirigentes da sigla política.

    “A República Argentina exige ao governo da Venezuela a rápida libertação dos dirigentes presos e que cesse as prisões arbitrárias de representantes da oposição”, disse a chancelaria de Javier Milei em comunicado.

    Também afirmaram que os recentes acontecimentos são contrárias ao espírito democrático e atentam contra o surgimento de novas lideranças políticas.

    O ministério comandado pela chanceler Diana Mondino ainda lembrou da apresentação da Missão Independente de Determinação dos Fatos na Venezuela, na quinta, no Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, que advertiu sobre o que seria a “retomada” de violações aos direitos humanos no país.

    O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela desqualificou a candidatura presidencial da líder da oposição, María Corina Machado / CNN

    Já o Paraguai, governado por Santiago Peña, manifestou que “lamenta a prisão arbitrária” de Alviarez e Hernández, e “se une às vozes que pedem a rápida libertação dos dirigentes presos e o fim da perseguição política aos membros dessa agrupação partidária”.

    Ainda entre os países latino-americanos, a Colômbia, governada pelo esquerdista Gustavo Petro, manifestou por meio do chanceler interino, Luis Gilberto Murillo, “preocupação pelos efeitos que os últimos acontecimentos possam ter (…) no propósito de realizar eleições que permitam a participação de todas as forças políticas na Venezuela”.

    Após a prisão de seus coordenadores, a líder opositora convocou uma coletiva de imprensa de urgência, na qual disse que esse dia “passará para a história como o dia da infâmia. O dia em que o regime manifestou toda sua maldade”.

    Machado destacou esperar “muito mais do que bons desejos” da comunidade internacional e alertou de que, no caso de Nicolás Maduro “arrebatar o poder”, cerca de cinco milhões de venezuelanos deixarão o país.

    Procurado pela CNN, o Itamaraty, até o momento, não se pronunciou sobre as novas prisões de dirigentes do partido de Machado.

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