Assessores da oposição na Venezuela renunciam após fracasso em depor Maduro

Servidores ligados a Juan Guaidó renunciaram após exposição de uma operação com ajuda de uma empresa americana

Reuters
Nicolás Maduro fala em evento no palácio do governo, em Caracas
Nicolás Maduro fala em evento no palácio do governo, em Caracas  • Foto: Palácio de Miraflores/via Reuters (4.mai.2020)
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O líder opositor venezuelano Juan Guaidó aceitou a renúncia de Juan Rendón, um assessor radicado em Miami, informou sua assessoria de imprensa nesta segunda-feira (11), depois que Rendón admitiu ter debatido a deposição do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, com uma empresa de segurança dos Estados Unidos.

Guaidó agradeceu Rendón e outro parlamentar exilado, Sergio Vergara, que também renunciou da "comissão de estratégia de crise" da oposição, por sua "dedicação e comprometimento com a Venezuela", sem explicar a decisão.

Rendón disse que, embora tenha negociado um acordo exploratório com a Silvercorp USA, sediada no estado norte-americano da Flórida, no final do ano passado, cortou as relações com o executivo-chefe da empresa, Jordan Goudreau, em novembro.

Segundo Rendón, Goudreau levou adiante uma operação liderada por dois ex-soldados dos EUA para capturar Maduro. O complô falhou, e autoridades da Venezuela disseram que forças de segurança mataram oito membros durante uma tentativa de incursão ocorrida em 3 de maio e prenderam uma dúzia mais, incluindo os dois cidadãos norte-americanos, no dia seguinte.

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Guaidó negou qualquer envolvimento com a invasão malfadada, mas esta criou dúvidas a respeito de sua liderança cerca de 16 meses depois de ele proclamar uma presidência rival e denunciar Maduro como usurpador responsável por um colapso econômico de seis anos.

Em um comunicado, a assessoria de imprensa de Guaidó disse que Rendón e Vergara "ratificaram seu apoio à causa democrática... e pediram que todos os setores nacionais e internacionais reforcem seu apoio ao presidente interino".

Rendón e Vergara confirmaram suas renúncias em cartas públicas. Rendón disse que a comissão jamais teve interesse em "participar de atividades violentas", e Vergada disse não ter tomado conhecimento da chamada Operação Gideon.