Ataques israelenses matam 28 palestinos em Gaza e ameaçam cessar-fogo
O Hamas condenou os ataques como uma escalada perigosa e pediu que os EUA pressionem Israel a manter o acordo

Pelo menos 28 palestinos foram mortos em quatro ataques aéreos israelenses nesta quarta-feira (19) em uma área da Faixa de Gaza controlada pelo Hamas, disseram autoridades de saúde.
O exército israelense afirmou que suas forças atacaram alvos do grupo palestino em Gaza depois que membros do Hamas abriram fogo contra suas tropas, violando o cessar-fogo que já durava quase seis semanas.
Nenhum militar israelense ficou ferido na ofensiva.
O Hamas condenou os ataques israelenses como uma escalada perigosa e pediu que os Estados Unidos pressionem Israel a cumprir o cessar-fogo, interrompendo seus ataques.
Um funcionário americano, em condição de anonimato, disse a CNN que o grupo palestino pretendia romper o cessar-fogo e não cumprir seu compromisso de desmilitarização.
"Essas táticas desesperadas vão fracassar", disse o oficial.
Ofensiva testa frágil cessar-fogo
Os médicos informaram que 10 pessoas foram mortas no subúrbio de Zeitoun, na Cidade de Gaza, duas no subúrbio de Shejaia, a leste, e as restantes em dois ataques separados em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza.
Os repetidos incidentes com disparos de arma de fogo evidenciaram a fragilidade do cessar-fogo.
Israel e Hamas têm trocado acusações sobre o que ambos consideram violações da trégua mediada pelos EUA, a primeira etapa do plano de 20 pontos do presidente americano Donald Trump para o enclave pós-guerra.
De acordo com médicos, testemunhas e a mídia palestina, todos os quatro ataques ocorreram muito além de uma "linha amarela" imaginária previamente acordada, que separa as áreas sob controle israelense e palestino.
O ataque em Zeitoun foi contra um prédio pertencente a autoridades religiosas muçulmanas, e o ataque em Khan Younis foi contra um clube administrado pela ONU, ambos abrigando famílias deslocadas.
O cessar-fogo de 10 de outubro, que pôs fim à guerra de dois anos em Gaza, amenizou o conflito, permitindo que centenas de milhares de palestinos retornassem às ruínas da Faixa de Gaza.
Israel retirou suas tropas das posições urbanas e o fluxo de ajuda humanitária aumentou. Mas a violência não cessou completamente.
Autoridades de saúde palestinas afirmam que as forças israelenses mataram 305 pessoas em ataques a Gaza desde o cessar-fogo, quase metade delas em um único dia na semana passada, quando Israel retaliou um ataque contra suas tropas.
Israel afirma que três de seus soldados foram mortos desde o início do cessar-fogo e que alvejou dezenas de combatentes.


