Brics cita OMS como "autoridade" da saúde global em meio à saída de Trump

Em janeiro, os EUA anunciaram que o país não faria mais parte da organização; Trump alegou "pagamentos onerosos" exigidos pela OMS

Da CNN
O documento também diz que é necessário fortalecer as capacidades da OMS, assim como os mecanismos de financiamento do órgão  • Isabela Castilho | BRICS Brasil
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A declaração final de líderes do Brics, divulgada neste domingo (6), faz acenos à Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhecendo o órgão como "autoridade" da saúde global. A menção ocorre em meio ao enfraquecimento da organização que perdeu membros como os Estados Unidos e a Argentina.

No documento, o Brics reafirma o compromisso com o fortalecimento da OMS e ressalta a importância da organização em tempos de crise e emergência.

"Uma OMS robusta e adequadamente financiada é essencial para enfrentar com eficácia os desafios atuais e futuros da saúde pública, mitigar as desigualdades e garantir o acesso equitativo para todos aos serviços de saúde, incluindo medicamentos e vacinas, especialmente nos países em desenvolvimento", diz a declaração.

O documento também diz que é necessário fortalecer as capacidades da OMS, assim como os mecanismos de financiamento do órgão.

"Comprometemo-nos a apoiar ativamente os esforços para fortalecer a arquitetura global da saúde, promovendo a igualdade, a inclusão, a transparência e a capacidade de resposta, garantindo que nenhum país seja deixado para trás no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável relacionados à saúde", concordaram os líderes.

Saída dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald J. Trump, anunciou em janeiro a saída do país da Organização Mundial da Saúde (OMS) - a agência de saúde pública das Nações Unidas.

A decisão foi tomada horas depois de Trump ser empossado para um segundo mandato à frente da Casa Branca.

De acordo com ele, a OMS "continua a exigir pagamentos injustamente onerosos" aos EUA.

Em julho de 2020, em meio à pandemia de Covid-19, Trump se retirou formalmente da organização pela primeira vez, congelando os repasses de dinheiro ao organismo. No entanto, acabou sendo revertida por seu sucessor, Joe Biden.

Em fevereiro, a Argentina também anunciou a saída da organização.

Segundo o porta-voz, o presidente argentino, Javier Milei, instruiu o ministro das Relações Exteriores, Gerardo Werthein, a retirar a participação da Argentina na OMS por conta de "diferenças sobre a gestão sanitária" principalmente durante a pandemia da Covid-19.