Caso Madeleine McCann: o que se sabe sobre a retomada das buscas
Equipes montaram um posto de comando na Barragem do Arade, no sul de Portugal, próximo do último lugar onde a criança foi vista; Polícia Judiciária confirmou início dos trabalhos para esta terça
A Polícia Judiciária de Portugal retomou nesta terça-feira as investigações a respeito do desaparecimento de Madeleine McCann. Dez investigadores, acompanhados de integrantes dos Bombeiros da região de Silves, estiveram na Barragem do Arade, no sul do país. Policiais alemães da BKA e ingleses da Scotland Yard, que terão funções de observação.
A Barragem do Arade está a cerca 50 quilômetros do último local onde a britânica, então com 4 anos, foi vista em 2007. As autoridades montaram um posto de comando na área, com o propósito de coordenar a nova operação de buscas no local.
A reabertura da investigação e o retomar das buscas surgem após um pedido das autoridades alemãs e deverão durar dois ou três dias. A segunda-feira foi dedicada apenas à parte logística.
A nova operação tomou corpo após uma decisão europeia de investigação – as antigas cartas rogatórias -, dirigida pelas autoridades da Alemanha a Portugal. Para além da Barragem do Arade, também várias casas, poços e noras foram investigadas no Algarve, a pedido das autoridades alemãs.
A polícia alemã acredita que a Barragem do Arade pode esconder pistas deixadas pelo principal suspeito, Christian Bruckner. O local já tinha sido alvo de uma busca particular em 2008.
Por meio de informe à CNN, a Polícia Judiciária informou que “no âmbito da cooperação internacional, nos próximos dias na região do Algarve, irão ser efetuadas novas buscas, coordenadas pela Polícia Judiciária, a pedido das Autoridades Alemãs (BKA) e com a presença das Autoridades Inglesas”.
Em 2008, a Barragem do Arade já tinha sido alvo de buscas. Contudo, esta operação não foi policial, mas sim particular. As diligências foram financiadas por um advogado que tinha como base as teorias de uma vidente. Na altura, os mergulhadores chegaram a recuperar ossadas dentro de sacos plásticos, mas posteriormente foi constatado que se tratava de esqueletos de gatos.
O caso
Madeleine está desaparecida desde 3 de maio de 2007, quando sumiu de um apartamento do resort no Algarve, Portugal, onde dormia com os irmãos enquanto os pais jantavam a poucos metros. Ela iria completar 4 anos.
O caso teve grande repercussão mundial, principalmente devido à enorme campanha publicitária realizada pelos pais da menina para tentar descobrir o seu paradeiro. Cerca de 600 pessoas foram investigadas e quatro foram consideradas suspeitas, mas absolvidas depois.
Em setembro de 2007, a polícia portuguesa classificou Kate e Gerry McCann, pais de Madeleine, como suspeitos do desaparecimento da filha, depois que DNA foi encontrado em um carro que a família alugou 25 dias após relatar o desaparecimento. Eles negaram todas as acusações e, posteriormente, o caso contra eles foi encerrado.
Durante todos esses anos surgiram várias notícias sobre o paradeiro de Madeleine, tanto viva quanto morta, em diversos países do mundo. Nenhuma delas, no entanto, se comprovou verdadeira. A notícia mais recente sobre o assunto ocorreu em fevereiro deste ano, quando a alemã Julia Faustyna, de 21 anos, declarou ser Madeleine McCann. O fato gerou forte repercussão mundial, mas a polícia descartou a possibilidade e família da jovem se manifestou por meio de uma nota, dizendo que ela sempre fez parte da família deles, e que existem fotos e memórias que comprovem.
A Barragem do Arade voltou a ganhar relevância em 2020, quando Christian Bruckner passou a ser visto como o principal suspeito do desaparecimento. O alemão viveu em várias casa arrendadas no Algarve, mas Bruckner tinha também uma autocaravana e passava longas temporadas no Arade.
Bruckner tem, atualmente, 45 anos e está a cumprir pena de prisão em Kiel, na Alemanha, por outro crime. O principal suspeito do desaparecimento de Maddie MacCann foi acusado, em outubro de 2022, de três crimes de violação e dois de abusos sexuais de crianças em território português, cometidos entre 2000 e 2017.
A Procuradoria de Brunswick adianta, no entanto, que as acusações deduzidas contra Bruckner não estão relacionadas com o caso do desaparecimento da menina britânica quando passava férias com os pais na Praia da Luz.
(Com informações da CNN Portugal)