Chefe de Direitos Humanos da ONU fala com Xi Jinping em meio a críticas
Michelle Bachelet faz visita de seis dias à China, viagem que atraiu críticas de grupos de Direitos Humanos e foi chamada de "erro" pelos Estados Unidos
O presidente chinês, Xi Jinping, conversou, nesta quarta-feira (25), por videoconferência com a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, que está em uma visita que atraiu críticas de grupos de direitos humanos e que os Estados Unidos chamaram de um erro.
Embora a viagem de seis dias de Bachelet inclua uma visita à região ocidental de Xinjiang, onde seu escritório disse no ano passado acreditar que a maioria das pessoas muçulmanas de etnia uigur foram detidas ilegalmente, maltratadas e forçadas a trabalhar, não houve menção a isso em nenhum dos comentários públicos feitos pelos dois lados.
Xi disse a Bachelet que o desenvolvimento dos direitos humanos na China “se adequa às suas próprias condições nacionais” e que, entre os vários tipos de direitos humanos, os direitos à subsistência e ao desenvolvimento são os principais para os países em desenvolvimento, segundo a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.
“Desviar-se da realidade e copiar por atacado o modelo institucional de outros países não apenas se ajustará mal às condições locais, mas também trará consequências desastrosas”, disse a Xinhua citando Xi.
Bachelet disse que suas reuniões com Xi e outras autoridades foram uma oportunidade valiosa para falar diretamente sobre questões de direitos humanos.
“Para mim, é uma prioridade se envolver diretamente com o governo da China, em questões de direitos humanos, domésticas, regionais e globais”, disse ela no início de sua reunião com Xi .
“Para que o desenvolvimento, a paz e a segurança sejam sustentáveis – localmente e além das fronteiras – os direitos humanos devem estar no centro”, disse ela.
Os críticos disseram duvidar que Bachelet tivesse acesso necessário para fazer uma avaliação completa da situação dos direitos em Xinjiang.
Bachelet pediu acesso irrestrito em Xinjiang, mas a China disse que sua visita seria realizada em um “circuito fechado”, referindo-se a uma maneira de isolar as pessoas dentro de uma “bolha” para impedir a propagação da Covid-19.
A China nega todos os abusos.