China permite que casos de Covid com sintomas leves fiquem em quarentena em casa
Após protestos, isolamento domiciliar dos infectados marca uma mudança significativa nas regras
A autoridade nacional de saúde da China disse nesta quarta-feira (7) que casos assintomáticos de Covid-19 e pessoas com sintomas leves podem ficar em quarentena em casa, no sinal mais forte de que o país está preparando seu povo para viver com a doença.
A maioria dos casos de infecção pelo coronavírus é assintomática ou leve, sem necessidade de tratamento especial, informou a Comissão Nacional de Saúde em comunicado.
“Pessoas assintomáticas e casos leves podem ser isolados em casa enquanto se fortalece o monitoramento da saúde, e podem ser transferidos para hospitais designados para tratamento em tempo hábil se a condição piorar”, disse o NHC.
Por quase três anos, a China administrou a Covid-19 como uma doença perigosa no mesmo nível da peste bubônica e do cólera, mas desde a semana passada, as principais autoridades reconheceram a capacidade reduzida do vírus de causar doenças, enquanto alguns especialistas chineses sugeriram que não é mais mortal do que a gripe sazonal.
A mudança nos protocolos de quarentena reflete ajustes nas medidas de prevenção e controle de acordo com as características das mutações do vírus, disse o NHC.
O isolamento domiciliar dos infectados marca uma mudança significativa nas regras.
No início do ano, comunidades inteiras foram bloqueadas, às vezes por semanas, depois que apenas um caso positivo foi encontrado.
No mês passado, novas regras de quarentena menos rígidas exigiam apenas o bloqueio dos prédios afetados.
As áreas de alto risco devem ser definidas com precisão por prédio, unidade, andar e residência, e não devem ser expandidas arbitrariamente para conjuntos residenciais e comunidades inteiras, disse o NHC.
A autoridade de saúde instou as localidades a “retificar resolutamente medidas simplificadas, de tamanho único e adicionais” para a prevenção da Covid e rejeitar e superar “formalismo e burocracia”.
O NHC listou um total de 10 novas diretrizes, que seguiram 20 medidas divulgadas em 11 de novembro com o objetivo de “otimizar” os protocolos de prevenção e controle da doença.
A versão mais recente dos protocolos – publicada no final de junho – baseava-se na prevenção da importação de infecções do exterior e na contenção de repercussões domésticas, ao mesmo tempo em que “dinamicamente” reduzia os casos a zero quando eles surgiam.
Embora o NHC não tenha mencionado na quarta-feira a abordagem de tolerância zero ao Covid, ele disse que a última edição dos protocolos de controle epidêmico deve ser seguida durante a implementação das medidas e diretrizes mais recentes.