Colômbia: Ataques com explosivos deixam mortos e feridos, dizem fontes
Prefeito de Cali pediu calma à população e disse que prioridade é tratar vítimas

Uma série de explosões no sudoeste da Colômbia nesta terça-feira (10) deixou ao menos três pessoas mortas e outras 15 feridas, informou a polícia nacional do país à CNN.
As autoridades alertam que o número de mortos pode aumentar e avaliam que o alvo da ofensiva seria a polícia do país.
Explosões foram registradas na cidade de Cali e em várias cidades nos estados de Cauca e Valle del Cauca, segundo o Exército Nacional Colombiano. Ainda segundo a instituição, a polícia do país foi "alvo direto" dos ataques.
O Exército também afirmou ter informações de inteligência ligando os ataques ao líder do grupo guerrilheiro Estado Mayor Central, uma das facções que permanecem após as Farc assinarem um acordo de paz com o governo colombiano, mas não apresentou evidências sobre isso.
O Estado Mayor Central não assumiu a responsabilidade pelo ataque. Em um comunicado divulgado na terça-feira, o grupo acusou o governo da Colômbi de renegar o processo de paz e deu dicas aos civis sobre como evitar o fogo cruzado.
A CNN entrou em contato com o grupo para obter comentários.
Em Cali, a terceira maior cidade da Colômbia, o prefeito Alejandro Eder disse que três artefatos explosivos foram detonados.
Eder ressaltou que as explosões foram registradas na área de Los Mangos, perto da delegacia de polícia de Meléndez, e outra no Centro de Atenção Imediata Manuela Beltrán (CAI), uma subdelegacia policial.
O prefeito pontuou que a situação agora está "sob controle", acrescentando que ordenou que as forças de segurança se mobilizassem por toda a cidade.
"Querem que voltemos a 1989, não vamos permitir isso!", comentou Eder, referindo-se a um período de intensa violência na Colômbia, incluindo o assassinato do candidato presidencial Luis Carlos Galán.
Carros em chamas após ataques
Vídeos dos ataques em Cali publicados nas redes sociais e geolocalizados pela CNN mostram veículos em chamas e destroços carbonizados espalhados pela rua.
Pedestres atordoados foram vistos se aglomerando ao redor do local enquanto sirenes de emergência soam à distância.
O Exército disse que as autoridades prenderam um motorista e outros dois indivíduos, juntamente com uma van "que seria equipada com explosivos".
Criminosos tentam pressionar governo, avalia especialista
Sergio Guzman, fundador da Colombia Risk Analysis, uma consultoria de risco com sede em Bogotá, avaliou à CNN que os ataques demonstram como organizações armadas criminosas estão "tentando pressionar ainda mais o governo para que faça mais acordos ou concessões a elas".
Dilian Francisca Toro, governadora do Vale do Cauca, onde fica Cali, pediu ao presidente colombiano, Gustavo Petro, que convoque o Conselho de Segurança do país para responder à "atual escalada do terrorismo".
A vice-presidente colombiana, Francia Márquez Mina, condenou a violência.
"Rejeito categoricamente a onda de violência que eclodiu em Cali e no norte do Cauca neste momento. É inaceitável incutir medo na população e depois oferecer segurança", destacou ela no X.
"Como Governo Nacional, devemos redobrar nossos esforços para restaurar a ordem pública e garantir a segurança e a paz de espírito do povo colombiano", adicionou.
As explosões ocorreram dias após o proeminente político colombiano e pré-candidato à Presidência Miguel Uribe Turbay ter sido baleado em um evento de campanha.
O boletim médico da manhã desta terça indicava que Uribe permanece em estado crítico.
*Avery Schmitz, da CNN, contribuiu para esta reportagem