Copa Airlines suspende voos para a Venezuela por problema de sinal
Outras companhias aéreas também interromperam operações no país após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter alertado que o espaço deveria ser considerado fechado
A companhia aérea panamenha Copa Airlines anunciou na quarta-feira (3) a suspensão temporária de seus voos de e para Caracas, capital da Venezuela.
Outras empresas aéreas também interromperam as operações no país sul-americano após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter alertado que o espaço aéreo do país deveria ser considerado "completamente fechado".
O regime venezuelano declarou que “condena veementemente” a declaração pública de Trump.
A Copa afirmou que a suspensão, que se estende até esta quinta (4) e sexta-feira (5), se deve a "problemas intermitentes com um dos sinais de navegação" relatados pelos pilotos, embora tenha esclarecido que isso não compromete a segurança operacional.
A companhia aérea colombiana de baixo custo Wingo, cuja controladora é a Copa, tomou a mesma decisão, segundo um comunicado.
A Satena também anunciou a suspensão temporária das operações, e a venezuelana Laser Airlines cancelou voos entre Caracas e Madri, na Espanha.
A crise de aviação na Venezuela inclui a suspensão de voos da Iberia, TAP, Avianca, Latam Colombia, Turkish Airlines e Gol, cujas licenças de operação foram revogadas pelo regime venezuelano, que as acusou de "participar dos atos de terrorismo" promovidos pela Casa Branca.
Por sua vez, a Boliviana de Aviación, assim como as companhias aéreas locais Avior e a estatal Conviasa, continuam operando normalmente no país sul-americano.
Em 21 de novembro, a FAA (Administração Federal de Aviação dos EUA) recomendou “extrema cautela” ao sobrevoar a Venezuela e o sul do Caribe devido ao que considera “uma situação potencialmente perigosa” na região, em meio ao destacamento militar em águas internacionais próximas à Venezuela, ordenado pela Casa Branca.
O governo Trump afirma que essas manobras visam combater o narcotráfico, enquanto a Venezuela acredita que o verdadeiro objetivo é depor Nicolás Maduro.
Em meio à tensão, a VAA (Autoridade Aeronáutica Venezuelana) declarou, em comunicado, que os Estados Unidos solicitaram que a Venezuela aceitasse voos de deportação nesta semana.
O regime venezuelano já havia citado esses voos como prova da “segurança” do espaço aéreo do país.
Antes do alerta dos EUA em novembro, a Venezuela tinha 105 voos internacionais semanais para 16 destinos e 12 companhias aéreas internacionais operando no país, segundo dados fornecidos à agência de notícias EFE pela ALAV (Associação Venezuelana de Companhias Aéreas).
Além dos voos que ainda operam, o acesso terrestre é possível nas fronteiras com a Colômbia e o Brasil, ambos territórios geograficamente complexos, e com a Guiana, com a qual mantém uma disputa territorial.



