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Cúpula do Brics: Lula defende reforma do Conselho de Segurança da ONU

Em discurso, presidente cobrou solução para os conflitos na Ucrânia e em Gaza

Lucas Schroeder, da CNN, São Paulo
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a reforma do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) durante discurso neste domingo (6) na 17ª Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro.

"Para superar a crise de confiança que enfrentamos, é preciso transformar profundamente o Conselho de Segurança [da ONU]. Torná-lo mais legítimo, representativo, eficaz e democrático. Incluir novos membros permanentes da Ásia, da África e da América Latina e do Caribe. É mais do que uma questão de justiça. É garantir a própria sobrevivência da ONU", declarou Lula.

Em sua fala, o chefe de Estado afirmou que as reuniões do Conselho de Segurança da ONU "reproduzem um enredo cujo desfecho todos conhecemos: perda de credibilidade e paralisa".

Lula aproveitou a oportunidade para cobrar, na presença do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, uma solução para o conflito na Ucrânia, que se arrasta há mais de três anos.

"É urgente que as partes envolvidas na guerra na Ucrânia aprofundem o diálogo direto com vistas a um cessar-fogo e uma paz duradoura", destacou o petista.

Lula reiterou também o que classificou como "genocídio praticado por Israel em Gaza". De acordo com ele, o conflito só será solucionado a partir da criação de um Estado palestino soberano, "dentro das fronteiras de 1967" - uma referência à Guerra dos Seis Dias, na qual Israel duplicou seu território.

Ausência de Putin e Xi

A Cúpula do Brics ocorre sem a presença de duas das principais lideranças do bloco: o presidente da Rússia, Vladmir Putin, e o líder chinês Xi Jinping.

Putin não comparece presencialmente por conta do mandado de prisão emitido contra ele pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) em 2023, pouco mais de um ano após a Rússia iniciar a guerra em larga escala contra a Ucrânia, acusando o líder de crime de guerra de deportar centenas de crianças da Ucrânia.

Ele deve, porém, participar por videoconferência.

(Com informações de Gabriela Boechat e Vitória Queiroz)