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    Documento que justifica busca contra Trump é divulgado; FBI cita possível obstrução

    Propriedade do ex-presidente dos EUA foi alvo de operação do FBI no início deste mês; agentes citam que possíveis evidências de obstrução poderiam ser encontradas

    Da CNN

    Uma versão editada da declaração do mandado de busca (leia abaixo) a uma propriedade do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump em Mar-a-Lago foi divulgada nesta sexta-feira (26) após ordens de um juiz federal.

    O texto foi apresentado pelo Departamento de Justiça dos EUA para justificar a operação do FBI, que aconteceu no início deste mês. O órgão explica por que os investigadores acreditavam que havia uma causa provável para crimes terem sido cometidos e o material que os agentes esperavam encontrar na residência.

    A divulgação ocorre um dia após uma ordem do juiz Bruce Reinhart. As redações foram propostas pelo Departamento de Justiça, que citou diversos riscos da publicização completa do conteúdo, e aceitas por Reinhart.

    Reiterando o que foi dito anteriormente pelos promotores do porquê a declaração do mandado deveria ser mantida em segredo, o documento jurídico aponta que seus detalhes forneceriam um “roteiro” para a investigação e que revelar “essa informação poderia impactar a busca do governo por evidências relevantes”.

    “Além disso, revelar essas informações pode prejudicar gravemente o governo, pois há mais informações de testemunhas”, coloca o documento. “Essas preocupações são particularmente convincentes neste caso”, complementa.

    “Em suma, o governo tem preocupações bem fundamentadas de que medidas podem ser tomadas para frustrar ou interferir de outra forma nesta investigação se os fatos na declaração forem divulgados prematuramente”, assim como “afetar negativamente a capacidade do Serviço Secreto de realizar suas funções de proteção”, ressalta o texto.

    Os promotores federais disseram que as edições eram necessárias para proteger as testemunhas que colaboraram e manter as informações do júri em segredo.

    Embora o ex-presidente Donald Trump tenha discutido a busca publicamente, a declaração contém “informações adicionais sobre outras pessoas que podem prejudicar a privacidade e os interesses de reputação desses indivíduos se divulgadas”, disse o Departamento de Justiça.

    Documento ressalta quatro pontos principais da operação:

    • Para “determinar como os documentos com marcações e registros de classificação foram removidos da Casa Branca (ou qualquer outro local autorizado para o armazenamento de materiais classificados) e passaram a ser armazenados em Mar-a-Lago”;
    • Para “determinar se os locais de armazenamento em Mar-a-Lago foram locais autorizados para o armazenamento de informações classificadas”;
    • Para “determinar se quaisquer documentos ou registros confidenciais adicionais podem ter sido armazenados em um local não autorizado em Mar-a-Lago ou outro local desconhecido, e se eles permanecem em qualquer local”;
    • Para “identificar qualquer pessoa(s) que possa(m) ter removido ou retido informações classificadas sem autorização e/ou em um espaço não autorizado”;

    Possíveis evidências de obstrução

    Ao buscar permissão para fazer buscas em Mar-a-Lago, o FBI disse a um juiz que havia “provável causa para acreditar” que materiais classificados de segurança nacional foram indevidamente levados para locais “não autorizados” na residência de Trump, e que uma busca provavelmente encontraria “evidências de obstrução”.

    “Existe uma causa provável para acreditar que documentos adicionais que contêm informações confidenciais de defesa nacional ou que são registros presidenciais sujeitos a requisitos de retenção de registros permanecem atualmente em Mar-a-Lago. Também há uma causa provável para acreditar que evidências de obstrução serão encontradas em Mar-a-Lago”, continua a declaração.

    Este tópico foi editado no documento, indicando que essa parte é particularmente sensível no aspecto da investigação. O FBI teria que fornecer ao tribunal uma explicação do porquê acreditava haver provas desse crime em Mar-a-Lago,

    FBI encontra 184 documentos classificados em 15 caixas

    Agentes do FBI revisaram as 15 caixas fornecidas aos Arquivos Nacionais de 16 a 18 de maio, e a declaração do mandado de busca em Mar-a-Lago detalha a quantidade de material classificado que foi encontrado.

    Investigadores federais escreveram que havia “184 documentos únicos com marcações de classificação, incluindo 67 documentos marcados como CONFIDENCIAL, 92 documentos marcados como SECRETO e 25 documentos marcados como MUITO SECRETO”.

    “Com base em meu treinamento e experiência, sei que documentos classificados nesses níveis geralmente contêm” informações de defesa nacional, de acordo com a declaração.

    “Vários dos documentos também continham o que parecem ser notas manuscritas (do ex-presidente)”, diz o depoimento.

    Os investigadores destacaram que nenhum dos espaços da residência de Trump havia sido autorizado para armazenamento de informações confidenciais.

    “Com base nesta investigação, acredito que a SALA DE ARMAZENAMENTO, a suíte residencial do FPOTUS, o Pine Hall, o ’45 Office’ e outros espaços dentro das INSTALAÇÕES não são atualmente locais autorizados para o armazenamento de informações classificadas ou NDI (informações de defesa nacional) ”, diz o depoimento.

    Reação de Donald Trump

    Em um post no Truth Social, o ex-presidente chamou a divulgação de “um subterfúgio total de relações públicas do FBI e do Departamento de Justiça”.

    Ele também compartilhou um áudio no site dizendo: “Eu não fiz nada de errado”.

    “Eu não fiz nada de errado… Fomos essencialmente atacados. Fomos invadidos. Eles abriram cofres, trouxeram arrombadores. Eles trouxeram muitos, muitos agentes do FBI – tudo bem antes das eleições e tudo quando eu tive os melhores números nas pesquisa”, afirmou.

    Leia o documento na íntegra (em inglês):

     

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