Dina Boluarte quer poderes especiais por 120 dias para combater criminalidade
Em pronunciamento no Dia da Independência, presidente peruana anunciou vários projetos e pediu mais poderes para pacificar o país; ela pediu desculpas pelas mortes de manifestantes no início do ano
A presidente do Peru, Dina Boluarte, disse nesta sexta-feira (28) que solicitará “delegação de poderes” ao Congresso por 120 dias para combater o crime, enquanto os manifestantes continuam exigindo que ela seja expulsa do cargo.
Essa delegação de poderes seria a transferência para a presidente de funções originalmente reservadas ao Legislativo. Nesse período, ela teria poderes ampliados para tomar medidas de forma rápida.
“(Estas são) medidas que o Peru precisa hoje para enfrentar, com mais força e eficiência, a delinquência e a criminalidade”, disse Boluarte em um discurso presidencial em Lima.
O discurso de Boluarte no Dia da Independência no Congresso ocorre enquanto os manifestantes continuam pedindo sua destituição. Boluarte, que sucedeu Pedro Castillo depois que ele foi destituído do cargo e preso em dezembro passado, enfrentou ondas de protestos desde que assumiu o poder, nos quais mais de 60 pessoas morreram.
Os confrontos mortais entre manifestantes e forças de segurança levaram a mais protestos e alegações de abusos dos direitos humanos contra Boluarte, que está enfrentando várias investigações por suas ações durante os distúrbios.
As manifestações diminuíram depois de fevereiro e lutaram para recuperar o ímpeto. Os últimos protestos foram apelidados de “a terceira tomada de Lima” e são o culminar de pessoas que vêm do sul mais pobre do Peru para protestar na capital desde a semana passada.
Boluarte chamou os novos protestos de “ameaça contra a democracia”, mas pediu desculpas aos familiares de civis, policiais e militares mortos durante seu discurso na sexta-feira.
Ela disse que os poderes legislativos que ela busca também serão usados para combater os efeitos do fenômeno climático El Niño, que já causou fortes chuvas e estragos em todo o país.
Durante seu discurso, ela disse que buscará fortalecer as medidas de imigração para combater o crime e anunciou uma série de iniciativas de investimentos do governo, além do desejo de construir uma planta petroquímica no país com investimento privado.
(Publicado por Fábio Mendes, com informações da Reuters)
